Crédito ao consumo é o mais afectado. Este segmento representa 91% do total de devedores em incumprimento.
http://economico.sapo.pt/noticias/quase-100-pessoas-por-dia-deixam-de-pagar-os-seus-creditos_106661.html
A cada dia que passa 95 pessoas deixam de conseguir pagar o seu crédito à banca. Os números de 2010 espelham os efeitos da crise, que se fazem sentir principalmente nas classes mais baixas e na maioria dos casos, por situações de desemprego. Dos 25.535 novos devedores em incumprimento de que há registo até Setembro, 16.200 não conseguem pagar créditos inferiores 25.000 euros, e 6.300 devedores não conseguem saldar dívidas inferiores a 1.000 euros.
"A crise está instalada, as pessoas têm o seu nível de rendimento diminuído ou até cortado, por situações de desemprego. O número de desempregados aumentou consideravelmente este ano", comenta António Júlio de Almeida, presidente da Sefin. De Dezembro de 2009 até Setembro, 46.100 pessoas perderam o emprego. O número total de devedores em incumprimento à banca é hoje de 633.499 pessoas, o que equivale a um rácio de 13,8% do total do número de pessoas com crédito contratado.
Depois de uma diminuição de mais de 34.000 devedores com crédito vencido nos últimos nove meses de 2009 (a Central de Responsabilidades de Crédito só revela dados a partir de Março de 2009), o número tem aumentado em todos os trimestres deste ano. A situação tem vindo, aliás, a agravar-se nos últimos meses, com mais de 24.000 novos casos só nos últimos dois trimestres deste ano. E o crédito ao consumo é o principal responsável por estes números. Até Setembro registaram-se mais de 20.000 novos casos de incumprimento, num segmento que representa 91% do total do número de devedores com crédito vencido. "Pode haver situações em que as pessoas recorram ao crédito ao consumo para fazer face às responsabilidades com crédito à habitação. Mas acho que essa não é a razão principal", diz o presidente da Sefin. E adianta: "Confrontadas com dificuldades em pagar os créditos, as pessoas começam por deixar de pagar o crédito ao consumo. Até porque tem as taxas mais altas".
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