O Sindicato da Construção do Sul e os trabalhadores da Pereira da Costa, na Venda Nova, Amadora, «não foram apanhados de surpresa» pela recente notícia de que Luís Moreira - que comprou, em 2005, a falida MB Pereira da Costa e presidiu à administração da Pereira da Costa SA, cujos operários mantiveram uma vigília permanente de dois anos à porta da empresa, para salvaguardarem a empresa, os postos de trabalho e o património e exigirem os seus direitos - é procurado pela Polícia Judiciária, por suspeita de burla no valor de 2,5 milhões de euros, relacionada com a venda de terrenos com procurações falsas.
Este recente facto vem comprovar «a justeza da luta desenvolvida pelos trabalhadores», salienta o sindicato da CGTP-IN, numa nota que divulgou à comunicação social na semana passada e em que recorda os momentos principais daquele combate e, também, os sucessivos incumprimentos de Luís Moreira, que em finais de 2007 se ausentou para o Brasil.
No estaleiro da MB Pereira da Costa, que a empresa de Luís Moreira ocupava, a título de comodato, e devia entregar nas condições em que o recebeu, houve prejuízos enormes - quer pela «pilhagem» consumada pela administração da Pereira da Costa SA, quer pelos roubos, depois de esta ter abandonado as instalações. Os prejuízos foram dados a conhecer à comissão de credores da MB Pereira da Costa, presidida por Virgílio Futre, em representação do Millenium BCP. Mas «nada fez para apurar» responsabilidades e, segundo o sindicato apurou junto do banco, «este não avançou com processo-crime, assumindo uma postura de cumplicidade com os infractores». Remetido ao silêncio, o BCP acabou por ceder os seus créditos ao Bank of America, sem dar «conhecimento aos restantes membros da comissão de credores e ao liquidatário judicial». Este negócio, refere o sindicato, está «pendente, no Tribunal de Comércio de Lisboa, por dúvidas».
«Todo o processo» da insolvência da Pereira da Costa SA (decretada a 30 de Maio de 2008) «decorreu num contexto de vigarices e mentiras de Luís Moreira».
Durante esses anos, o sindicato escreveu várias vezes à direcção do SL Benfica, alertando que a postura do então director do futsal do clube «colocava a imagem da instituição benfiquista na lama», mas apenas obteve «como resposta, do Dr. Fernando Tavares, que nada podia fazer, uma vez que Luís Moreira se encontrava a assumir uma responsabilidade benemérita ao serviço do Benfica».
O sindicato espera que a PJ «consiga capturar Luís Moreira, através da carta rogatória enviada às autoridades brasileiras, para que seja ouvido, acusado e preso».
Avante - 26.11.09
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
26/11/2009
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