Portugal está mais longe de atingir os objectivos europeus para o emprego em 2010. Foi mesmo o único país da União Europeia que viu encolher a taxa respectiva desde o início do milénio até ao ano passado.
O relatório sobre o "Emprego na Europa", ontem apresentado pela Comissão Europeia, mostra que, no ano passado, Portugal estava a menos de 2% de atingir a meta para o pleno emprego traçada pela Estratégia de Lisboa para 2010. A taxa de actividade era de 68,2% em 2008, próxima do objectivo dos 70%.
Devido à crise económica e financeira e de acordo com os números mais actuais do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de emprego em Portugal recuou no terceiro trimestre deste ano para os 55,6%, ou seja, a 14,4% dos objectivos de Lisboa para 2010.
Por comparação com os restantes parceiros europeus, o relatório diz que Portugal registou um crescimento "limitado" da taxa de emprego relativamente a 2007, de 0,4%. Já numa perspectiva alargada entre 2000 e 2008, Portugal foi o único país europeu que teve um crescimento negativo, no caso 0,2%, na taxa de emprego. A média da União Europeia foi de crescimento de 3,7%.
Segundo a Comissão Europeia, a actual crise está a afectar os mercados de trabalho da UE, invertendo a maior parte do crescimento do emprego verificado desde 2000. Os indivíduos do sexo masculino, os jovens, os trabalhadores pouco qualificados e os trabalhadores com contratos temporários foram os que mais sofreram com a contracção do emprego.
O comissário responsável pelo Emprego e Assuntos Sociais diz que "é importante conciliar" a "resposta de curto prazo à crise com as nossas reformas estruturais a longo prazo. Vladimir Spidla defende que as reformas são essenciais para que a economia e os mercados de trabalho da União Europeia saiam da actual crise "bem preparados" para futuros desafios como a transição para uma economia de baixo carbono.
J.N. - 24.11.09
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