Sindicato diz que no distrito de Lisboa faltam mais de mil enfermeiros nos cuidados primários, número que aumenta para cinco mil a nível nacional.
"Já fizemos um levantamento do número de enfermeiros, em cada um dos centros de saúde, e verificámos que pelos menos na região de Lisboa faltam mais de mil enfermeiros, tendo em conta os rácios da Organização Mundial de Saúde", adiantou à Agência Lusa a dirigente da Direcção Regional de Lisboa do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
Isabel Barbosa acrescenta que esse número aumenta cinco vezes quando se analisa o panorama a nível nacional.
"Se tivermos em conta apenas os cuidados primários, ou seja, os centros de saúde, faltam cerca de cinco mil enfermeiros. Mas estamos a deixar de fora a rede de cuidados continuados, a rede de cuidados paliativos e os hospitais porque juntando tudo são cerca de 21 mil", disse à Agência Lusa a presidente do SEP, Guadalupe Simões.
Além da falta de enfermeiros, como explicou Isabel Barbosa, está também em causa o "alto nível de precariedade nos centros de saúde", principalmente em Lisboa, Setúbal e Santarém, com o aparecimento do "recente fenómeno" da subcontratação.
"Além dos contratados que já existiam, muitos deles há cinco anos ou mais, agrava-se este facto porque subcontratam enfermeiros que são absolutamente necessários ao funcionamento dos centros de saúde", denunciou a dirigente sindical.
Para o SEP, "não há razão lógica" para que este fenómeno aconteça e defende que se os enfermeiros são necessários devem ser contratados.
Com a vigília de hoje, quinta-feira, marcada para as 17:30h, junto ao Ministério da Saúde, os enfermeiros pretendem deixar várias exigências ao Governo.
"A primeira exigência é mais admissão de enfermeiros e depois é estabilizar todos os enfermeiros com vínculo precário que existem nos centros de saúde e efectivarem-nos", adiantou Isabel Barbosa, acrescentando que serão cerca de 200, só em Lisboa, os enfermeiros com vínculo precário.
Querem, por outro lado, melhores condições de trabalho: "Salas de tratamento adequadas e transporte com motorista para a prática dos cuidados continuados", sublinhou.
J.N. - 26.11.09
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