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25/11/2009

Educação em Portugal ainda abaixo da média

Os poucos adeptos da Matemática e da leitura colocam Portugal abaixo da média da UE para a educação apesar dos progressos. O abandono escolar precoce, sem completar o ensino obrigatório, mantém-se elevado.

Segundo as metas comunitárias traçadas para o ensino e formação, o abandono escolar não deveria ir além dos 10%, mas em Portugal chegou a atingir em 2008 os 35,4%. Trata-se, ainda assim, de uma redução face aos valores de 2000, em que era quatro vezes superior ao valor ideal, 43,6%. Pouco mais de metade dos portugueses até aos 22 anos tinham o secundário completo o ano passado (54,3%), uma taxa distante dos 85% pretendidos.

Os valores estão expressos no relatório que será hoje apresentado em Bruxelas sobre o progresso relativo aos objectivos previstos na Estratégia de Lisboa para a educação e formação (2009) e ao qual o JN teve acesso.

O mesmo estudo mostra que ainda há 24,9% de jovens até aos 15 anos cujos hábitos de leitura estão abaixo dos pretendidos. Bruxelas quer trazer esta taxa para um máximo de 15% em 2020, enquanto gostaria de ver os mais pequenos a frequentar mais o ensino pré-escolar (95%), mas em Portugal este valor fica nos 86,7%.

O relatório comunitário menciona já o plano Nacional de Leitura, criado pelo Governo, para fomentar hábitos de leitura e isola o exemplo de boas-práticas. O mesmo acontece com o congénere para a Matemática.

O estudo comunitário refere o "progresso espectacular" nos resultados que concerne os estudantes que escolheram a matemática e as ciências como curso superior - 164%, segundo os números de 2007 - cerca de cinco vezes superior à subida registada pela média europeia.

A parcela de elementos do sexo feminino nesta área diluiu-se no aumento total, ainda assim está acima do computo para os países europeus.

Portugal regista no entanto taxas abaixo da média no que respeita a aprendizagem ao longo da vida. Apesar do programa "Novas Oportunidades", tido em conta no estudo, apenas 5,3% de portugueses regressou à escola para completar o ensino secundário, o ano passado, embora a meta ideal fosse chegar aos 15%.

Bruxelas atribui grande importância à formação ao longo da vida e contempla tal critério como meio de atingir os objectivos do pleno emprego na estratégia de Lisboa, mas também, como forma de reconversão de área de actividade no caso da necessidade de procura de trabalho num ramo distinto.

Os campeões da aprendizagem a longo termo são a Dinamarca, a Suécia e a Finlândia. Já a quantidade de pessoas com o ensino superior completo, na generalidade, está abaixo da média, embora quase tenha duplicado desde 2000, passou de 11 para 21%.

O relatório que a Comissão Europeia apresenta hoje sobre o progresso relativo aos objectivos previstos na Estratégia de Lisboa para a educação e formação 2009 contempla 31 países, os 27 da União Europeia, mais a Islândia, a Croácia, a Noruega e a Turquia.

O documento analisa cinco vectores, a percentagem de educandos até aos 15 anos com níveis insatisfatórios de leitura devem baixar em pelo menos 20%, o abandono escolar não deve ser superior a 10%, a União Europeia pretende que 85% dos jovens até aos 22 anos devem ter o secundário completo, a percentagem de formados ao nível do ensino superior em matemática, ciências e tecnologias deve aumentar em 15% e a participação de adultos na formação continua deve ser de pelo menos 12,5%.

Em termos europeus, Bruxelas nota melhorias na generalidade dos países e das áreas, mas não as necessárias que permitam, transversalmente, atingir as metas europeias definidas para a educação em 2010. Portugal ainda tem muito trabalho de casa para fazer.

J.N. - 25.11.09

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