Pelas contas do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, faltam 20 mil enfermeiros nos serviços de saúde: cinco mil nos cuidados de saúde primários e 15 mil nos hospitais, unidades de cuidados continuados e paliativos.
A necessidade de admissão de mais enfermeiros para os serviços públicos de saúde era um dos pontos do caderno de encargos da direcção do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) para a reunião de ontem à tarde com a ministra da Saúde. Mas acabou por ser remetido para um próximo encontro, a 9 de Dezembro, dia em que Ana Jorge vai também mediar uma reunião entre a direcção do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o sindicato para discutir a situação dos 95 enfermeiros requisitados que operam as ambulâncias de Suporte Imediato de Vida.
No final do encontro, Guadalupe Simões, presidente do sindicato, admitiu ao JN que a realização deste encontro tripartido é um sinal positivo, visto que, até à data, todas as reuniões pedidas pelo sindicato à direcção do INEM foram rejeitadas.
A ministra da Saúde deixou ainda a garantia de que o concurso, aberto em Junho, para a admissão de 80 destes profissionais em situação de mobilidade está terminado e "vai ser publicado até ao final do ano" e que será aberto um novo concurso para a contratação de mais profissionais. Guadalupe Simões não garantiu, contudo, que estas notícias afastem de vez as ameaças de demissão que, nos últimos dias, têm sido feitas por enfermeiros do INEM, visto que nem todos serão integrados. O assunto será debatido numa reunião com todos os enfermeiros a 12 de Dezembro.
Ana Jorge deixou também boas notícias para os enfermeiros que estão a trabalhar em hospitais e centros de saúde com contratos a termo certo. Segundo Guadalupe Simões, a ministra anunciou que, dentro de 15 dias, vão ser postas a concurso duas mil vagas já distribuídas pelas várias Administrações Regionais de Saúde, uma promessa que, segundo o sindicato, estava feita desde Junho.
Sobre as questões levantadas pela mobilidade - um problema que preocupa o Sindicato e que afecta muitos profissionais que estão a trabalhar em Unidades de Saúde Familiares -, Ana Jorge comprometeu-se a que, no início do ano, o Governo irá legislar sobre esta matéria de modo a garantir a integração destes profissionais nos novos locais de trabalho.
A ministra da Saúde comprometeu-se a reatar com o sindicato as negociações da carreira e da nova grelha salarial, uma das principais preocupações dos enfermeiros neste momento. Para o dia 15 de Dezembro ficou agendada uma reunião em que a ministra se compromete a apresentar ao sindicato uma nova proposta de grelha salarial.
Para a mesma hora a que se realizou a reunião de ontem entre a ministra e o sindicato estava prevista uma vigília à porta da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo com o objectivo de alertar para a "crescente precariedade" com que os enfermeiros estão confrontados. Contudo, horas antes da reunião, o gabinete da ministra informou o sindicato que a reunião só teria lugar se a vigília fosse desconvocada, o que acabou por acontecer.
J.N. - 27.11.09
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