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21/10/2009

Metalúrgica Oliva quer prolongar lay-off por mais seis meses

A Oliva propôs aos funcionários prolongar por seis meses a suspensão temporária de trabalho (lay-off), decisão que será tomada em plenário na quinta-feira, disse à Lusa a Comissão de Trabalhadores da metalúrgica de São João da Madeira.

Para o plenário, de acordo com David Soares, da Comissão de Trabalhadores (CT), foram convocados os 184 funcionários da empresa e, caso a proposta seja aprovada, o lay-off entrará em vigor a 2 de Novembro.
David Soares lembrou que a Oliva está em processo de insolvência desde o início de Setembro e que, estando uma assembleia de credores agendada para o dia 26, “serão eles a ter a última palavra”.
“Isto já é um bocado cansativo. Contávamos com uma situação final um bocado mais penosa, mas [os administradores] já devem ter ideias definidas e estão a protelar”, adiantou o responsável da CT.
David Soares salientou que “também há contratempos a nível de licenças ambientais”, pelo que não acredita “muito na viabilização da empresa”.
“Efectivamente, a Câmara não renovou as licenças ambientais para a Oliva produzir”, confirmou Adelino Nunes, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas dos distritos de Aveiro, Viseu, Guarda e Coimbra.
Por isso, o sindicalista não diz não esperar que “o presidente da Câmara [de São João da Madeira] assuma a responsabilidade do encerramento da Oliva e do desemprego de quase 200 trabalhadores só por falta de uma licença ambiental”.
Adelino Nunes defendeu, apesar disso, que a metalúrgica “tem de alterar os seus procedimentos ambientais” e que o plano de viabilização a aplicar na empresa deve reflectir essa postura.
Referindo-se tanto à administração da Oliva 1925 - Soluções de Fundição SA, como ao gestor judicial nomeado para acompanhar a respectiva insolvência, o dirigente sindical afirmou: “Têm-nos dito que a intenção é recuperar a empresa e, a ser assim, esta questão ambiental é importante”.
Quanto ao papel que os credores da metalúrgica podem ter nesse processo, Adelino Nunes considerou: “Têm mais a ganhar em apoiar a viabilização da Oliva do que em decidirem-se pela sua dissolução”.
“Estes trabalhadores têm muita antiguidade e o valor das indemnizações seria muito elevado”, explicou, adiantando que “em caso de encerramento, a quase totalidade do património da empresa seria para pagar essas compensações”.
A Lusa tentou contactar a administração da Oliva, mas até ao momento não foi possível.
Público.pt - 21.10.09

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