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22/10/2009

Trabalhadores em luta

Louçarte

Dezenas de trabalhadores da Louçarte, em Valado de Frades, Nazaré, com três meses de salários em atraso, deslocaram-se a Lisboa e concentraram-se, dia 13, junto do Ministério da Economia, do IAPMEI e do Ministério do Trabalho, para exigirem a viabilização da empresa e a salvaguarda dos postos de trabalho. À empresa não faltam encomendas, motivo que levou a administração a impor o adiamento das férias, em Agosto.

Créditos

Na Poceram, em processo de insolvência, em Coimbra, os quase 170 trabalhadores participaram num plenário, dia 14, para acertarem os créditos relativos aos salários em atraso. A empresa parou a produção há seis meses, quando já estavam por pagar três meses de salários e o subsídio de Natal, tendo apenas uma parte sido assegurada pelo Fundo de Garantia Salarial, afirmou à Lusa o dirigente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica do Centro, Jorge Vicente.

Flor do Campo

Para anteontem estava prevista a votação de uma terceira proposta de plano de insolvência para a têxtil de Santo Tirso, Flor do Campo, apresentada pelo administrador judicial na assembleia de credores e que pretendia garantir, durante dez anos, a partir de 2011 e até 2021, o pagamento de apenas 30 por cento do total devido aos 400 trabalhadores em remunerações que não foram pagas. O Sindicato dos Trabalhadores dos Sectores Têxtil, Vestuário e Calçado do Porto repudiou a proposta pois ela equivaleria ao pagamento de dez euros mensais durante uma década.

Confecções

Em Cardielos, Viana do Castelo, a fábrica Raquetes Confecções fechou, dia 6, despedindo os 55 trabalhadores num processo que, segundo a União dos Sindicatos de Viana do Castelo, «deixa muito a desejar, do ponto de vista legal». A união da CGTP-IN, que suspeita de falência fraudulenta, solicitou a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho, também por considerar que não foram cumpridas as regras relativas ao despedimento colectivo, situação que pode comprometer o acesso ao subsídio de desemprego.

Rankings

«A forma despudorada como, por esta via, se procura promover o ensino privado», foi repudiada pela Fenprof. Numa nota de dia 13, quando foram divulgados «mais uns rankings de escolas», a federação reafirmou a sua forte contestação à elaboração destas listas «redutoras, injustas e perversas» e realçou que «é inaceitável falar das “melhores” e das “piores” escolas, tendo apenas em conta os resultados dos alunos em exames nacionais», pois «não é possível avaliar uma escola a partir de uma única variável» e «não é legítimo comparar escolas cujas realidades educativas são diferentes». A Fenprof lamenta que os rankings tenham sido introduzidos em Portugal «numa altura em que outros países desistiam deles, por considerarem os seus efeitos negativos para o sistema de ensino». «Vamos assistindo, ano após ano, a este simulacro de avaliação das escolas, num jogo com regras viciadas, em que a principal mensagem veiculada é que em Portugal as melhores escolas são as privadas», e «assim se põe levianamente em causa todo o trabalho que professores e alunos desenvolvem quotidianamente na escola pública», protesta a federação.

STCP

A greve de dia 15, na Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, registou níveis de adesão superiores a 70 por cento, de acordo com os sindicatos, citados pela agência Lusa, que também refere um número semelhante, apontado pela administração. Durante o dia de paralisação, teve lugar ainda uma concentração, ao fim da manhã, junto ao Governo Civil, onde foi entregue um documento denunciando constantes violações do Acordo de Empresa. Esta foi mais uma etapa, na luta contra a forma como a STCP está a organizar os horários de trabalho, afirmando os sindicatos que há motoristas forçados a fazerem mais de 40 horas semanais, sem serem por isso compensados. De madrugada, nas primeiras horas de greve, ocorreu um reforço anormal da presença policial nas estações de recolha da Via Norte e de Francos, revelou um dirigente sindical.

Clear

Voltaram à luta os trabalhadores da Clear, do Grupo Soares da Costa, que paralisaram no dia 19, segunda-feira, concentrando-se junto à sede da empresa, durante a manhã. Está em causa a recusa da Clear de pagar o tempo gasto nas deslocações de ida e regresso para as obras onde são executadas instalações electromecânicas. Segundo os sindicatos da Fiequimetal/CGTP-IN, a empresa também deixou de aplicar outros direitos importantes. Os trabalhadores, procurando dar mais um passo para a resolução do conflito, que se agudizou desde Abril, já apresentaram uma proposta de regulamento de deslocações em serviço, mas a empresa não respondeu. Os direitos ficaram garantidos quando da constituição da Clear, em 1998, por cisão da Soares da Costa, e representam cerca de 300 euros na remuneração mensal de cada trabalhador.

A Brasileira

Em protesto frente à esplanada, no Chiado, estiveram, dia 8, trabalhadores do café A Brasileira, reclamando respeito pelos direitos, actualização de salários e o fim da repressão. Apoiados pelo Sindicato da Hotelaria, exibiram uma tarja e distribuíram folhetos, em Português e Inglês.

JN despede

Para Lisboa vai ser transferido o serviço Publifone do Jornal de Notícias, pretendendo a administração da Global Notícias (Grupo Controlinveste) despedir as cinco trabalhadoras que desempenham ali funções, revelou na semana passada o Sindicato das Indústrias Gráfica e de Imprensa, adiantando que desde dia 6 as funcionárias estão «dispensadas» de prestar trabalho e afirmando que esta «dispensa» faz parte das pressões e ameaças para tentar ocultar o despedimento, sob a capa de «mútuo acordo». O sindicato da CGTP-IN afirma que os representantes dos trabalhadores foram ignorados, mais uma vez, pela administração, e considera incompreensível a centralização de serviços em Lisboa, sendo o JN um jornal do Porto, cidade onde está a sede da empresa proprietária. No despedimento colectivo de 123 trabalhadores, no início deste ano, de várias publicações da Controlinveste, foram sobretudo abrangidas pessoas dos serviços do Porto.
O mesmo sindicato protestou contra o encerramento ilegal, dia 12, da Gráfica Pombalense, com despedimento de sete trabalhadores. Um destes, citado pela Lusa, disse que a decisão foi comunicada ao fim da tarde de sexta-feira, ficando por pagar o salário de Setembro, o trabalho de Outubro, o subsídio de férias. Um dirigente sindical destacou a ilegalidade do processo e referiu que a empresa do Pombal (Leiria) também não pagou indemnizações e outros direitos dos trabalhadores.

EMEL

Em 30 dias deverá ficar concluída a negociação do Acordo de Empresa da EMEL, decidiram os trabalhadores, que reuniram dia 9, em plenário, e de seguida se deslocaram à sede, na Avenida de Berna, para entregarem à administração a resolução que aprovaram. O documento, informou o CESP/CGTP-IN, foi também enviado ao presidente da Câmara de Lisboa, já que esta é a única accionista da EMEL. Findo aquele prazo, os funcionários estão decididos a realizar formas de luta, como concentrações e greves, para cuja convocação mandataram o sindicato. A luta pelo AE tem já quatro anos, mas a administração insiste em alargar os horários de trabalho.
Avante - 22.10.09

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