A Quelle, outrora a maior cadeia de lojas comerciais da Alemanha, vai fechar, depois de declarar falência por não ter sido possível encontrar um novo investidor, lançando no desemprego cerca de sete mil trabalhadores.
Um empréstimo bancário de 50 milhões de euros obtido no Verão, para que a Quelle pudesse manter as lojas abertas, após o anúncio do proprietário, o grupo Arcandor, não bastou para evitar o pior. O gestor de falência, Hubert Goerg, teve de dar a má notícia hoje aos trabalhadores, na sede da Quelle, em Nuremberga.
Os sindicatos mostraram-se “chocados e furiosos” com os novos desenvolvimentos, e o presidente da comissão de trabalhadores, Ernst Endel, considerou o encerramento “uma grande catástrofe para o pessoal e suas famílias”.
Numa primeira etapa, cerca de 1500 trabalhadores serão despedidos, mas os call center (centros de atendimento telefónico) da Quelle, onde trabalham 3500 pessoas, também estão ameaçados, além de mais dois mil empregados do centro de logística, em Fuerth (Baviera).
Ao todo, o encerramento da Quelle deverá lançar no desemprego, nos próximos meses, cerca de sete mil pessoas, segundo o sindicato dos serviços ver.di.
A casa-mãe, o Grupo Arcandor, tinha confirmado na segunda-feira que, até ao fim do prazo estipulado, o fim-de-semana, não houve qualquer oferta de aquisição da Quelle, apesar de “intensas negociações” com vários potenciais investidores.
Uma dos principais motivos para o fracasso das negociações foi a exigência de todos os eventuais interessados no encerramento das 1450 lojas Quelle espalhadas pela Alemanha, que recolhem as encomendas para a central mas só têm um pequeno stock de mercadorias.
Os potenciais investidores queriam transferir a actual actividade das referidas lojas para a Internet, enquanto o gestor de falência só concordou com o encerramento de um terço das lojas.
O Grupo Arcandor, que inclui os armazéns Karstadt, a Primondo e a Quelle, declarou falência a 9 de Junho, e apanhou a Quelle, fundada em 1927, num processo de reestruturação que já tinha levado a várias reduções de pessoal nos últimos anos.
De acordo com vários analistas, a Quelle reconheceu tarde demais a importância da Internet para as suas vendas por catálogo e para o comércio a retalho, e tentou depois, sem êxito, adaptar-se apressadamente à nova situação.
Público.pt - 20.10.09
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