Os funcionários da falida SIS-SACHS, de Anadia, já começaram a receber as indemnizações laborais (um mês por cada ano de trabalho), após 13 anos de espera. Quando a fábrica fechou foram 100 para o desemprego.
Apenas um grupo de seis ex-funcionários, não sindicalizados, continua a aguardar há 13 anos pelo pagamento das indemnizações a que dizem ter direito, ao contrário de muitos outros, que já receberam o dinheiro por ordem judicial.
A SIS-SACHS, que se tornou famosa pela criação da motorizada modelo V5, deixou de laborar em 1995, atirando para o desemprego cerca de uma centena de trabalhadores que só agora, passado mais de uma década, começam a ver o processo chegar ao fim.
José Carlos, residente em Anadia, que trabalhou durante 21 anos na SACHS e que faz parte de um grupo mais restrito de funcionários que na altura não era sindicalizado, diz não entender por que é que não foi incluído no grupo de funcionários que já receberam as indemnizações.
Explica que há dois anos recebeu os ordenados a que tinha direito, mas sobre as indemnizações nada se fala.
José Carlos afirma que já deu instruções ao seu advogado para continuar a dura luta que tem sido encetada ao longo dos anos.
Inácio Peres, administrador judicial, explicou que existem, neste momento, dois grupos restritos que ainda não receberam: um é constituído por cinco pessoas que não receberam, porque os cheques estão para assinar na Segurança Social e a responsável entrou de férias.
"Neste caso concreto, tudo está a ser feito no sentido de que sejam assinados antes do final do mês", esclarece.
O outro grupo, por decisão do Supremo Tribunal de Justiça, não receberá nesta primeira fase, já que não recorreu de decisões judiciais, nem aderiu ao recurso que viria a dar razão aos trabalhadores. Inácio Peres refere ainda que este último grupo só receberá se existir dinheiro, uma vez que outros credores têm prioridades neste momento. "Apenas cumpro decisões judiciais", afirma o gestor da massa falida.
As indemnizações a que têm direito ascendem a cerca de 1,250 milhões de euros, no total. Muito deles trabalharam mais de 20 anos na empresa. A fábrica nos 80 chegou a empregar meio milhar de trabalhadores.
J.N. - 27.07.09
2 comentários:
fiquei agora a saber que a famosa v5 era mesmo portuguesa, e que deixou de ser fabricada em 1995! Que pena - eu conservo a minha -. Mas porque teria falido? Havia imensas vendas! eram patos bravos os gestores?; ou melhor, tipicos "fidalgos" da vaidosa praca? Quanto aos euros das indemnizacoes tambem acho muito, na europa nao existe uma luta assim aguerrida na justica por indemnizacoes. Digamos que a musica so bate na altura.
Infelizmente a verdade é que as vendas não eram assim tão boas e muitas V5 acabaram nos stands que faliram também pois toda a gente se virou para as motos japonesas. O governo da altura (para variar) também não soube por cobro ao abuso e ajudou a enterrar ainda mais ao não permitir a homologação de alguns protótipos. Os problemas financeiros da SIS já vinham de trás e foram agravados, claro, com a falta de visão dos gestores que continuaram a apostar em repetir desenhos retocados de motos antigas. Houve pouca ambição e muito gente 'cegueta'. Depois as rivalidades entre as marcas tugas (Famel, Casal, Fundador e assim) levaram ao completo desnorte em termos de fazer face à concorrencia oriental. O resultado foi o do costume neste país.....fecharam todas epla estupidez de alguns....
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