Os 129 trabalhadores da multinacional Jado-Ibéria, em Braga, estão "às escuras" quanto ao futuro. O lay-off acaba no último dia do mês e a única certeza que têm é que em Agosto vão de férias durante três semanas.
As promessas dos administradores é que todos voltam ao trabalho em Setembro, mas o representante dos trabalhadores não têm assim tanta certeza. "Isto não está famoso. O trabalho é pouco e nós sentimos que as coisas não estão bem, mesmo que nos digam o contrário", começa por dizer Augusto Moreira. Sendo Bruxelas, sede mãe da empresa, a mandar na filial de Braga, as dúvidas adensam-se ainda mais. "Uma das coisas que é certa é que o lay-off só veio prejudicar os trabalhadores".
Apesar das nuvens negras, a esperança é a última a morrer e Augusto Moreira está "confiante" que as coisas, após as férias "tenham outro rumo" mas lembra que "uma empresa não pode estar um ano inteiro com resultados negativos". Desconhecendo se "há algum jogo escuro por detrás de tudo isto", os mais de cem funcionários da Jado-Ibéria vão para férias com o pensamento posto no regresso em Setembro.
O Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social em resposta a um requerimento do deputado comunista Agostinho Lopes diz que está "a acompanhar com preocupação a situação vivida pela empresa". O ministro Vieira da Silva historia o passado da metalúrgica: "alegando uma quebra de encomendas e a inexistência de trabalho para assegurar a normal actividade, a empresa instruiu um processo de suspensão/redução dos períodos normais de trabalho".
O representante dos trabalhadores lança também criticas à Segurança Social de Braga por "não estar a contabilizar os dias de lay-off prejudicando futuramente os trabalhadores". Esta é uma situação ilegal mas que a Segurança Social teima em não por cobro: "já andamos a perder no ordenado e agora andam a tirar-nos dias para depois recebermos menos", acusa Augusto Moreira.
Recorde-se que em finais de 2008, a administração decidiu encerrar o sector da fundição, tendo a mesma sido transferida para a Alemanha. As razões prendiam-se com a existência de prejuízos financeiros por não haver encomendas e que justificassem o funcionamento de pelos menos um dos fornos eléctricos existentes na empresa.
J.N. - 27.07.09
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
27/07/2009
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