Segundo Branco Viana, coordenador da União de Sindicatos de Viana do Castelo, a justificação dada pela administração foi a "falta de viabilidade" da empresa.
"Dizem que não é rentável e que há outro remédio senão encerrar, mas tenho fortes suspeitas de que houve aqui uma habilidade para ir desmembrando a empresa aos poucos", referiu o sindicalista.
"Os trabalhadores dizem-me que sempre houve encomendas e que os salários sempre foram pagos a tempo e horas, pelo que não se percebe lá muito bem como é que, de um momento para o outro, é declarada a insolvência", acrescentou.
Ana Castanheira tem 55 anos e trabalhava na Neivatex desde que a fábrica abriu portas, a 20 de Agosto de 1973.
"Vai fechar e eu não entendo bem porquê. A fábrica estava a enviar trabalho para fora em vez de o receber aqui, por isso não me falem em falta de encomendas", referiu em declarações à agência Lusa.
Confessando o "choque" que sente, Ana Castanheira, com "dois filhos para alimentar", mostrava-se pouco esperançada em encontrar novo emprego.
"Acha que alguém vai empregar uma pessoa com 55 anos?", questionou.
Os trabalhadores foram avisados do encerramento "verbalmente", há cerca de duas semanas, disseram os funcionários.
"Chamaram-nos a todas ao refeitório e foi aí que soubemos da notícia", disse à Lusa outra trabalhadora, que pediu o anonimato.
A Neivatex já tinha dispensado, em 2003, cerca de 40 trabalhadores.
A Lusa tentou falar com a administração da fábrica, mas ainda sem sucesso.
Destak.pt - 31.07.09
Sem comentários:
Enviar um comentário