Confederação Nacional da Agricultura apelou aos agricultores para que penalizem com o seu voto o Governo nas eleições de Setembro. Protesto em Coimbra incluiu pernoita e marcha até ao Governo Civil.
foto JOSÉ LUIS SOUSA/LUSA |
Protesto de agricultores em Coimbra |
"Em Setembro vai haver eleições, este Governo merece ser castigado com o vosso voto", disse João Dinis, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), dirigindo-se aos agricultores que estão a manifestar-se em Coimbra.
Antes, o presidente da Associação dos Orizicultores de Portugal, Carlos Laranjeira, prognosticava uma "explosão social em Setembro", em resposta à crise na agricultura, "a pior dos últimos 30 anos", na opinião de João Dinis.
Na Baixa de Coimbra estão mais de 150 de tractores e máquinas agrícolas, desde o final da tarde de segunda-feira, em protesto contra a crise no sector leiteiro, do arroz, da batata e do milho, motivada pela redução dos preços à produção e dificuldades de escoamento dos produtos.
Carlos Laranjeira responsabilizou o Governo pela actual situação e, num documento que entregou no Governo Civil de Coimbra, solicita ao primeiro-ministro que "mande calar de uma vez por todas o Sr. Dr. Jaime Silva".
"O ministro da Agricultura cada vez que fala é só para denegrir a imagem dos agricultores, que devia defender, não fala a verdade por desconhecimento ou má fé", refere o documento, aprovado por unanimidade pelos agricultores presentes, antes da saída para o Governo Civil.
Os agricultores dizem-se "vítimas da guerra entre distribuição e a indústria" e reclamam a intervenção do governo, a quem acusam de ter "ignorado as soluções" que apresentaram, há quatro meses, para combater "o estrangulamento da agricultura do Baixo Mondego e Gândara".
"Nesse documento estava manifestado a necessidade de intervenção do Estado para mediar a produção, a transformação e distribuição. Não o fizeram, o caos instalou-se", frisou Carlos Laranjeira.
O dirigente avisou que o ministro Jaime Silva quando for confrontado com o protesto "irá tentar virar a opinião pública contra os agricultores" e propôs que depois da entrega do documento no Governo Civil, se dirigissem todos a uma grande superfície da cidade, para comprar um pacote de leite nacional e um quilo de arroz carolino.
J.N. - 28.07.09
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