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26/06/2009

Seixal: 127 no desemprego nos primeiros dias de Outubro: Pioneer rejeita ajuda do Estado

"Vai-me dar emprego? Então porque é que hei-de falar?” Ao final do turno na fábrica da Pioneer no Seixal o sentimento é de revolta. São 127 pessoas, incluindo sete casais, que vão engrossar as fileiras do desemprego. O Estado mostrou disponibilidade para apoiar a empresa, mas a administração não aceitou.

São poucos os que querem falar. Ao Correio da Manhã, uma das funcionárias, que tal como o marido tem o emprego com os dias contados, começou a chorar quando confrontada com as perspectivas futuras da família, e entrou para o autocarro para fugir a uma resposta.

Outro funcionário que não quis ser identificado diz que os trabalhadores não foram apanhados de surpresa. “A Pioneer já tinha avançado com a hipótese”, garante. O CM sabe que a fábrica irá fechar as portas nos primeiros dias de Outubro.

O Ministério da Economia reuniu-se anteontem com a administração da Pioneer e, ao que o CM apurou, o secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação, Castro Guerra, terá procurado oferecer alternativas ao fecho da fábrica, nomeadamente através de apoios do Estado para diversificar a produção.

A administração da empresa prefere não comentar as alternativas apresentadas pelo Estado.
Acácio Gomes, porta-voz da Pioneer, salienta contudo que foi entregue ao secretário de Estado “um dossiê confidencial em que são mostrados os estudos de alternativas feitos durante seis meses” que, segundo a empresa, provam que “não existe uma opção sustentável”.

'QUEREM IR PARA A TAILÂNDIA'

Para Paulo Ribeiro, do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI), a decisão de fechar a fábrica no Seixal “não se justifica”.

“Só o ano passado é que não tiveram lucros, mas a produção vai recuperar”, garante o sindicalista que considera que a administração está a dar desculpas para efectuar a deslocalização. “Pelo que percebemos, querem mudar a fábrica para a Tailândia”.

A Pioneer recusa estas acusações, referindo que em 2007 a empresa teve um volume de negócios de 1700 milhões de euros e que em 2009 o resultado deverá rondar os 500 milhões. “Existe uma sobrecapacidade de produção a nível mundial”, refere Acácio Gomes, que nega a deslocalização. “É pura especulação.” O porta-voz refere que não “quer alimentar falsasexpectativas” aos empregados.

C.M. - 26.06.09

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