A Pioneer Technology Portugal anunciou, esta terça-feira, o encerramento das suas instalações no Seixal. São mais 127 pessoas a engrossar as fileiras do desemprego. A empresa justifica a decisão com a constante degradação financeira.
Os trabalhadores estavam "de pré-aviso", diz Carlos Silva, delegado sindical com dez anos de casa, numa voz desanimada. "A Direcção sempre nos foi informando das dificuldades. Mas ainda tínhamos esperança de que a empresa se aguentasse". Por isso, a comunicação feita ontem à tarde não surpreendeu ninguém. Só deixou "uma enorme tristeza", explica o responsável do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI).
Nos próximos dias, vai ser criada uma comissão representativa dos trabalhadores, para acordar, com a empresa, as condições de fecho. Carlos Silva acredita que a Direcção vai cumprir as obrigações. Mas sabe que vêm aí dificuldades. Tal como o porta-voz da Pioneer Technology Portugal, Acácio Santos: "Isto vai afectar famílias. Há sete casais a trabalhar [na empresa]".
Em comunicado, a Pioneer Technology Portugal - dedicada à produção de auto-rádios para os fabricantes de automóveis, na União Europeia -, diz ter sido "forçada" a encerrar devido à conjugação de dois factores: "a redução drástica do mercado europeu de auto-rádios" e a "crise mundial do sector automóvel".
Acácio Santos ilustra, com números, esse progressivo definhar: "A venda de auto-rádios, na União Europeia, tem vindo a cair desde 2000.
Nesse ano, venderam-se 1700 milhões de euros; em 2008, venderam-se 657 milhões de euros". De acordo com a mesma nota, a empresa tem 136 trabalhadores efectivos, com uma média de idades inferior a 40 anos. No desemprego caem 127. Os restantes, explica Acácio Santos, trabalham num sector ligado aos mecanismos de leitura de CD, que "não foi afectado".
J.N. - 24.06.09
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