Os clientes da EDP devem mais de 200 milhões de euros em facturas de electricidade, dos quais entre 16,5 e 20 milhões a empresa considera «incobráveis», disse o administrador para a área comercial Jorge Cruz Morais.
«O crédito malparado é de mais de 200 milhões de euros, mas não estamos pior do que há um ano», disse Jorge Cruz Morais num encontro com jornalistas em que abordou a evolução do mercado liberalizado da electricidade.
«Há uma parte que é recuperável - mediante acordos especiais de pagamento a 3 ou a 6 meses - e outra que é perdida», esperando a empresa fechar o ano com incobráveis entre os 16,5 e os 20 milhões de euros, especificou Jorge Cruz Morais.
No ano passado - em que o volume de negócios da EDP em electricidade foi de 1.063 milhões de euros - as dívidas incobráveis foram de 17 milhões de euros e de 12 milhões de euros em 2007.
O mesmo responsável também referiu que o consumo total de electricidade em Portugal [que diversos analistas consideram um indicador da actividade económica] caiu 3,1 por cento nos primeiros cinco meses do ano quando comparado com o mesmo período do ano passado.
O presidente executivo da EDP, António Mexia, atribuiu a queda ao contexto económico nacional e considerou que a situação em Portugal, «por agora», é «normal», já que em Espanha (outro dos principais mercados da empresa) a quebra do consumo foi de 9,5 por cento nos cinco primeiros meses.
«O contexto macroeconómico mundial não é positivo. Esses sinais foram muito menos fortes em Portugal do que em Espanha ou no Brasil, geografias em que estamos de uma forma clara, nomeadamente na distribuição», disse à Lusa António Mexia, antes de acrescentar que «Portugal mostrou maiores resistências».
«Os sinais por agora são normais e adequados, melhores do que poderia ser esperado numa crise que é a maior dos últimos 100 anos», referiu.
O administrador para a área comercial Jorge Cruz Morais considerou ainda que as condições tarifárias para o segmento residencial alteraram-se significativamente este ano, aumentando a «margem» entre o valor da tarifa regulada e o valor da soma entre o custo da energia e a tarifa de acesso.
Se, em 2008, a diferença para clientes em tarifa simples com consumos entre os 3,45 kVA e os 20,7 kVA, era de 15 euros por cliente e por ano, este ano essa margem aumentou para 80 euros.
«É um espaço que permite à Endesa fazer a oferta que faz agora. Pode fazê-lo este ano, mas não sabemos se o pode no futuro», disse Cruz Morais, explicando que essa margem tem de pagar «eventuais descontos aos clientes, remuneração de custos de angariação, custos do serviço, cobertura do risco de crédito».
Apesar da concorrência prevista no mercado livre residencial, a EDP «tem a expectativa de fechar o ano com 250 mil clientes» neste segmento.
Sol - 25.06.09
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
25/06/2009
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