À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

26/06/2009

Crise económica internacional

Oscar-René Vargas - sociólogo e académico nicaraguense

1. A Rússia deu novos passos para a articulação de alternativas políticas, económicas e de segurança ao domínio dos EUA e à sua moeda no mundo. Com diferentes matizes e intensidades, a estratégia de Moscovo reflectiu-se em duas cimeiras que se realizaram consecutivamente em Yekaterinburg. A primeira foi a conferência de chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), formada pela Rússia, China e quatro países post-soviéticos da Ásia Central (Kazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguizistão), e a segunda, a inauguração do clube dos líderes dos Estados emergentes organizados no BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). O presidente russo, Dmitri Medvédev, qualificou de «acontecimento histórico» a sua reunião com o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, e os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o chinês Hu Jintao.

2. Os BRIC pronunciaram-se pelo desenvolvimento do seu papel nas instituições financeiras internacionais e pela modificação do método de eleição dos seus dirigentes. Além disso, insistiram na reforma da ONU, para dar mais peso à Índia e Brasil e na criação de um sistema de divisas estável, previsível e diferenciado. Decidiram também colaborar no campo energético, incluindo na análise do uso do biocombustível, e dialogar sobra a luta contra a alteração climática. Também exortaram a que se diferenciasse a responsabilidade dos países desenvolvidos e as dos países em desenvolvimento. Os BRIC continuarão no futuro a sua coordenação, o que será da responsabilidade dos respectivos ministérios dos Estrangeiros e envolverá os seus departamentos económicos e financeiros.

3. Medvédev afirmou que o dólar norte-americano «não cumpre as suas funções» como primeira moeda de reserva mundial, e sublinhou que o aparecimento de «novas moedas de reserva» é um processo longo, mas inevitável. Tirando o dólar e o euro, «no mundo, praticamente, não existem outros instrumentos financeiros», e afirmou reiteradamente o seu desejo de o rublo vir a ter a função de divisa de reserva. No entanto, também se referiu a uma possível unidade de conta dentro da OCS inspirada na experiência europeia anterior ao euro, o ECU, que Medvédev qualificou de «um instrumento bastante interessante». «Poderíamos colocar uma parte das nossas reservas não apenas em títulos do Tesouro norte-americano e europeus, mas também, por exemplo, em instrumentos financeiros emitidos pelos nossos parceiros do BRIC», propôs Arkadi Dvorkovich, principal assessor económico do Kremlim.

4. O BRIC pronunciou-se pela «diversificação dos recursos energéticos e o abastecimento de produtos energéticos que incluam as energias renováveis». Subtilmente, apoiou a entrada da Índia e do Brasil para membros permanentes do Conselho de Segurança, e anunciou que a sua segunda cimeira terá lugar no próximo ano, no Brasil, lançando assim a estratosfera geoeconómica.

5. Os principais líderes do Brasil, Rússia, Índia e China emitiram, no final da cimeira de Yekaterinburg, uma declaração propondo ampliar a representação dos países em desenvolvimento nas instituições financeiras internacionais. «Os países com a economia em desenvolvimento e em transição necessitam de uma maior representação nas instituições financeiras internacionais. Os presidentes e altos funcionários das ditas instituições devem designar-se por um sistema de selecção transparente, baseado no mérito pessoal», diz o documento. Os Chefes de Estado expressaram a convicção que a reforma das instituições financeiras internacionais deve reflectir as transformações que se estão a verificar na economia mundial.

6. O grupo de Xangai, OCS, (com «observadores» de grande peso como a Índia, o Irão e o Paquistão, além da Mongólia) fustigou «a actual estrutura do sistema mundial de divisas, dominada pelo dólar como principal divisa de reserva global, o que está longe do ideal», e considerou que «o aparecimento de novas divisas de reserva era inevitável».

7. O jornal oficioso chinês People’s Daily (16/6/09) explicou a mudança de paradigma global que se colocou em Yekaterinburg: «uma crise económica grave implica a reconfiguração do mapa económico global e uma nova ordem na moderna história mundial; e isto é absolutamente inevitável, independentemente da vontade humana. Com deterioração da presente crise financeira, a situação parece melhor para os países do BRIC, bem como o papel que estes terão na economia global. Assim, existem bases para que os analistas predigam que as economias emergentes do BRIC, provavelmente, assumirão a liderança para sair da recessão económica global». Uma coisa ficou clara em Yekaterinburg: é provável que o BRIC, um agrupamento geo-económico recente, de agora em diante, funcione sob a sombra militar do Grupo Xangai. Em termos puramente geo-económicos, o BRIC tornou-se o primeiro concorrente global, se não mesmo o substituto, do G7.

8. As importantes reservas do BRIC – paradoxalmente em dólares e praticamente 40 por cento do total das reservas de divisas mundiais – possuem a capacidade letal para sepultar o dólar, mas ao preço, talvez do seu próprio suicídio, já que não existe ainda uma divisa alternativa. E esta é, precisamente, a grande tarefa conjunta tanto da OCS como do BRIC. Antecipando-se à cimeira do BRIC, o chanceler brasileiro Celso Amorim sentenciou que «o G8 está morto», e comentou «que o BRIC terá maior influência global que alguns países do próprio G8 na presente situação económica» (Xinhua, 15/6/09).

9. «O sistema unipolar artificialmente mantido», disse o presidente Medvédev, baseia-se num «grande centro de consumo, financiado por um deficit crescente e pela quantidade de dívidas acrescentadas, por uma moeda de reserva que costumava ser forte, e um sistema dominante de avaliação de activos e riscos». Na raiz da crise financeira global, concluiu, estão os EUA, que produzem muito pouco e gastam demasiado. Especialmente perturbadores são os seus gastos militares.

O gasto exagerado dos consumidores dos EUA em importações excessivamente superiores às exportações, as aquisições estadunidenses de companhias e bens de raiz estrangeiros, e os dólares que o Pentágono gasta no exterior, terminam tudo nos bancos centrais estrangeiros. Estes organismos, por isso, enfrentam uma decisão difícil: reciclar esses dólares em títulos do Tesouro dos EUA, ou deixar que o «livre mercado» imponha o aumento do valor da sua divisa em relação ao dólar – fazendo assim com que as suas exportações não sejam competitivas nos mercados mundiais e criando ao fazê-lo desemprego e insolvência de negócios no interior.

10. Quando os gastos militares no estrangeiro levaram ao deficit da balança de pagamentos dos EUA e fizeram com que os EUA abandonassem o ouro em 1971, os bancos centrais sem o tradicional recurso utilizado para saldar desequilíbrios nos pagamentos. A alternativa por defeito foi investir os seus proventos de pagamentos subsequentes em títulos do Tesouro dos EUA, como se estes fossem «tão bons como o ouro». Os bancos centrais [do resto do mundo] possuem agora 4 biliões de dólares desses títulos nas suas reservas internacionais – e esses empréstimos financiaram a maior parte dos deficits orçamentais internos do governo dos EUA durante mais de 4 décadas! Perante o facto de mais de metade dos gastos discricionários do governo dos EUA serem em operações militares – incluindo as mais de 750 bases militares no estrangeiro e operações cada vez mais caras em países de produção e de transporte de petróleo – o sistema financeiro internacional está organizado de tal forma que é ele quem financia o Pentágono, juntamente com as aquisições estadunidenses de activos estrangeiros dos quais se espera que rendam muito mais que os títulos do Tesouro em poder desses bancos centrais.

O principal problema político que os bancos centrais do mundo enfrentam é, portanto, como evitar que se juntem ainda mais dólares às suas reservas e que ao fazê-lo continuem a financiar ainda mais gastos deficitários dos EUA – incluindo os gastos militares junto das suas fronteiras? O objectivo, agora, é a criação de uma moeda de reserva «que esteja desligada de nações individualizadas. Foi isso que se discutiu em Yekaterinbug.

11. Face aos contínuos gastos deficitários dos EUA, a desdolarização ameaça obrigar os países a voltar às duplas taxas de câmbio, prática comum entre as Primeira e Segunda Guerra Mundiais: um tipo de câmbio para o comércio de matérias-primas e outro para os movimentos de capitais e investimentos, pelo menos nas economias da área do dólar. Inclusivamente, os países que se reuniram em Yekarinburg estão a dar passos para evitar que se convertam em receptores renitentes de ainda mais dólares. Ao ver que a hegemonia dos EUA não pode continuar sem o poder de aquisição que eles mesmo proporcionam, os governos apressam-se a acelerar o que Chalmers Johnson chamou «as aflições do império», no seu livro com este título – a bancarrota da ordem mundial financeiro-militar dos EUA. Se a China, a Rússia e os seus aliados não alinhados impuserem o que pensam, os EUA já não poderão viver à custa da poupança dos outros (sob a forma de dólares reciclados), nem terão o dinheiro necessário para os seus ilimitados gastos e aventuras militares.

Funcionários dos EUA quiseram assistir como observadores à reunião de Yaketerinburg. Foi-lhes recusado. Não, é uma palavra que, futuramente, os estadunidenses irão ouvir cada vez.

12. A crise económica global aumenta o risco de, na sua procura de emprego, as pessoas se tornarem mais vulneráveis ao tráfico humano ilegal, ao trabalho forçado ou à prostituição, disse o Departamento de Estado norte-americano no seu relatório anual sobre o Tráfico de Pessoas, que incidiu sobre 175 países e foi elaborado por incumbência do Congresso dos EUA. «Esta pobreza crescente está a tornar vulneráveis mais pessoas, tanto ao tráfico de emprego como ao do sexo, aumentando o lado da oferta de tráfico humano em todo o mundo», disse o relatório. Além disso uma crescente procura de produtos mais baratos deriva quer do facto dos empregadores baixarem drasticamente os salários, quer de recorrerem ao trabalho escravo ou infantil.

13. Os preços dos alimentos básicos serão nos próximos anos claramente mais altos que no período 1997-2006, apesar de o deverem ser abaixo do nível recorde de 2008, de acordo com o relatório sobre agricultura 2009 da OCDE e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Por outro lado, estas duas organizações prevêem que os preços mundiais da carne permaneçam estáveis nos próximos anos. Segundo os peritos da OCDE, o forte crescimento demográfico e a crescente prosperidade nos países emergentes traduzir-se-ão, provavelmente, no assinalável aumento do consumo de alimentos nesses países, superior ao dos países ocidentais. Sobre a segurança alimentar, o relatório assinala que em todo o mundo ainda havia disponíveis 1.560 milhões de hectares de terra para culturas agrícolas, especialmente na África sub-sahariana e na América Latina. Actualmente, a superfície mundial destinada à agricultura e à exploração florestal é de 1.400 milhões de hectares.

14. A produção industrial dos EUA diminuiu 1,1 por cento em Maio de 2009, e a utilização da capacidade industrial instalada está no mínimo, sem precedentes, de 65 por cento, informou a Reserva Federal. Num ano, a produção das fábricas, minas, e serviços públicos dos EUA diminuíram 13,4 por cento, a maior contracção inter-anual desde 1946. A produção caiu em 16 dos últimos 17 meses quando começou a recessão nos EUA, em Dezembro de 2007. Desde esse mês a produção industrial caiu 14,8 por cento. A taxa de utilização da capacidade industrial caiu de 69 por cento em Abril de 2009 para 68,3 por cento em Maio 2009. A utilização da capacidade, uma medida chave da actividade económica, está 12,6 pontos percentuais abaixo da sua média de longo prazo. No sector industrial esta taxa de utilização da capacidade atingiu em Março de 2009 o seu mínimo desde que começou a compilar-se este dado em 1948.

15. As exportações e importações da zona do euro caíram 23% nos quatro primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2008, uma consequência clara da forte contracção que está a sofrer o comércio mundial. Segundo os dados facilitados pelo Eurostat, o departamento de estatística comunitária, de Janeiro a Abril de 2009, os países da moeda única venderam produtos por 405.200 milhões de euros, face a 524.300 milhões um ano antes. Por seu lado, as importações passaram de 533.800 a 413.300 milhões de euros. Por consequência, o deficit comercial dos dezasseis países da União Económica e Monetária elevou-se a 8.100 milhões de euros, 14,7% menos que nos quatro primeiros meses de 2008. A informação do Eurostat confirma a intensificação da queda das trocas comerciais.

16. Cerca de metade dos 9,2 milhões de crianças, menores de cinco anos, que morrem anualmente no mundo são do continente africano, «ainda que alguns países menos desenvolvidos, como a Eritreia, a Etiópia ou o Malawi, tenham reduzido as suas taxas de mortalidade infantil em cerca de 40%, desde 1990, segundo dados da UNICEF.

17. O plano de resgate bancário da administração Obama, desenhado pelo seu secretário do Tesouro, Timothy Geithner, é um indício do que aí vem: definitivamente, ele beneficia os que provocaram a crise. O Plano Geithner tem duas componentes: A primeira está orientada para a compra da carteira vencida e incobrável que faz parte dos activos dos bancos. A segunda componente do plano é para tirar à situação financeira dos bancos toda a pesada carga de derivados tóxicos que estão por detrás da crise. Esses derivados (títulos garantidos por hipotecas, swaps de dívida incobrável, etc.) são os activos tóxicos de que tanto se fala. O seu valor é mais incerto que o da carteira vencida. Ramificam-se por todo o sistema bancário e financeiro dos EUA (e do mundo) e estabelecem conexões entre os bancos e o sistema financeiro não bancário. Diz-se que do novo modelo regulador depende a recuperação económica e o sistema financeiro que a economia estadunidense terá no futuro. Vamos a ver.

18. A Reserva Federal (FED) estadunidense anunciou terça-feira [N. do T.:16 de Junho] a entrega de 48 mil e 23 milhões de dólares a uma centena de bancos, através de licitação de financiamento a 84 dias. Os 97 bancos que participaram na operação deverão pagar segunda-feira [N. do T.: 22 de Junho] juros de 0,250 por cento anuais sobre as somas pedidas que já receberam. Desde Janeiro, o banco central dos Estados Unidos ofereceu 150 mil milhões de dólares em cada uma das suas entregas mensais de refinanciamento (umas a 28 dias, outras a 84 dias).

19. O Le Monde noticiou, tal como outros jornais franceses, que o fabricante de pneus Michelin despedirá até 1.500 trabalhadores em França, como uma das medidas para fazer frente ao colapso da procura mundial dos seus produtos. O seu rival, pneus Continental, que também tem uma forte diminuição de pedidos da indústria automóvel, já anunciou o encerramento de fábricas em França e na Alemanha, o que teve como consequência o despedimento de centenas de trabalhadores. Em Barcelona, a Nissan apresentou às autoridades um dossier de despedimento de 581 trabalhadores.

20. Tirando a Colômbia, o Peru é o principal aliado dos EUA nos Andes. O Equador e a Bolívia, e mesmo o Chile, não estão propriamente ás ordens de Washington. Alan Garcia é um dos apoiantes da política norte-americana dirigida contra a Bolívia, a Venezuela e o Equador. É um aliado incondicional dos EUA, mas há que identificar as razões, principalmente o facto de Alan Garcia já ter assinado um Tratado de Livre Comércio (N. do T.: ALCA), de que é defensor, quando na América Latina há uma enorme onda de rejeição. Segundo, como consequência disso, baixou os impostos às empresas de exploração mineira e retirou regalias aos trabalhadores. Terceiro, aumentou os lucros dos investidores especuladores, mais do que qualquer outro país da América Latina. Tudo isto, juntamente com o seu papel de inimigo das reformas e das políticas da Venezuela, torna Alan Garcia no principal cipaio da Casa Branca. Foi por isso que Obama não disse uma palavra de condenação ao recente massacre do Peru, e não criticou a intervenção na imprensa em Bagua, onde se desenvolveu o protesto popular, nem diz nada sobre o facto de se estarem a prender dezenas de presos políticos nas infra-humanas prisões do Peru. Obama não disse nada, não fez qualquer condenação e a embaixada apoiou todas as medidas contra o povo, apesar dos enormes protestos de todas as comunidades indígenas; 1.300 comunidades da Amazónia criaram uma rede de organizações sociais para agirem em defesa dos seus direitos contra a intervenção do Estado a favor das multinacionais.

21. Na União Europeia há um movimento para a direita e os trabalhistas britânicos estão a perder força. Berlusconi é forte. A esquerda não se diferencia muito da direita, inclusive os trabalhistas eram tão neoliberais, tão a favor da City de Londres, que o povo não lhes deu o voto por castigo, já que mais não seja pela corrupção dos seus parlamentares. A mesma coisa sucede em Itália: não existe em Itália é uma oposição claramente diferenciada da política liberal. Desapareceu o partido comunista, a refundação comunista misturou-se com os partidos burgueses e não resta qualquer alternativa clara. Há greves gerais fortíssimas, enquanto Berlusconi ganha com 40% dos votos e a Liga do Norte aumenta também os seus votos, porque têm uma política clara, mas reaccionária: culpar os imigrantes como bodes expiatórios dos problemas e falta de alternativa classista. O mesmo se constata na Alemanha onde os sociais-democratas participam no governo com a democracia-cristã, e por isso estão a pagar um preço, enquanto os apoiantes da direita estão satisfeitos, os apoiantes da social-democracia não têm alternativas, por isso não têm votos. O grande vencedor nestas eleições, mais que a direita, foi a abstenção, que superou, largamente, os votos em todos os partidos. Os abstencionistas são principalmente das classes populares, que sentem não ter alternativa. Ninguém fala do facto de tanto Sarkozy em França, como os conservadores na Grã-Bretanha, e todos os outros partidos de direita não terem aumentado o número de votos. Mantiveram o número de votos, mas aumentaram o número de deputados, a maioria devido ao aumento da abstenção.

22. O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que «o G8 está morto como grupo político decisor» visto que «já não representa nada» e não é uma instância válida para se ocupar da reforma do sistema financeiro. «Não se pode prescindir» de países emergentes como o Brasil, a China ou a Índia neste tipo de questões, tendo em conta o seu peso económico, argumentou Celso Amorim. Considerou que em lugar do G8 (que é composto pelos 7 países mais ricos e a Rússia) o G20 «é um modelo melhor». Disse ainda que, agora, do que se trata é de «formalizar» essa nova realidade em instituições como o FMI, e avançou que o que o Brasil quer é reforçar o papel do G20 nas discussões sobre assuntos económicos e financeiros.
ODiario.info - 26.06.09

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