Os pais dos alunos que ainda não receberam o Magalhães insistem que o Ministério da Educação falhou na distribuição. O Governo alega que forneceram dados errados, mas a verdade é que os pais não foram informados das falhas
A Federação Regional das Associações de Pais (FRAP) de Viseu acusa o Ministério da Educação de ter falhado na distribuição dos computadores Magalhães, rejeitando que estes não tenham sido entregues por incorrecção nos dados de inscrição.
Em comunicado, a FRAP diz que o Ministério da Educação falhou a promessa de entregar os equipamentos aos alunos até ao final do ano lectivo e que "empurrou a culpa" para os pais. "O Ministério da Educação empurrou a culpa de ainda estarem por entregar quase 32 mil computadores para os pais". Os pais de Viseu consideram "falsas as afirmações do Ministério da Educação de que os computadores ainda não foram entregues por incorrecção dos dados de inscrição, designadamente o número de telefone de contacto ou ausência de pagamento".
"Os pais nunca receberam qualquer mensagem que os pusesse ao corrente da situação nem dando conta de qualquer aviso para pagamento", refere a nota.
No sábado, o Ministério da Educação revelou que 31 600 alunos inscritos no programa de distribuição dos computadores Magalhães não receberam o equipamento por incorrecção de dados ou falta de pagamento.
Em comunicado, o Gabinete do Plano Tecnológico da Educação explicou que os pais e encarregados de educação destes alunos têm até 15 de Julho para corrigir esta situação, podendo fazê-lo através da escola ou contactando directamente o call center, sendo que as direcções regionais de educação irão assegurar até ao final de Julho a entrega dos Magalhães a todos os inscritos.
No dia anterior, sexta-feira, a FRAP de Viseu tinha lamentado que o ano lectivo chegasse ao fim sem todas as crianças terem recebido o Magalhães, o que deixou "mal-estar" nas escolas e "tristeza" nas crianças. "Lamento a falta de respeito que o Governo tem pelas nossas crianças", afirmou João Aguiar, da FRAP Viseu e pai de um aluno em Sernancelhe, exemplificando com o caso do seu concelho, onde apenas chegaram computadores a 60 dos 220 alunos do primeiro ciclo do ensino básico.
O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais reconhece que a distribuição "não correu bem. As facilidades dadas aos pais transformaram-se em armadilhas na entrega dos equipamentos. Numa mesma turma havia pedidos de computadores para as quatro operadoras e cada uma fez a entrega como melhor lhe convinha. Houve dificuldade na articulação da logística", afirma Albino Almeida.
J.N. - 25.06.09
Sem comentários:
Enviar um comentário