Entra em vigor segunda-feira a redução temporária do horário de trabalho ("lay-off") na metalúrgica Oliva, afectando quase 180 trabalhadores, que acreditam ainda que a empresa não vai fechar.
São 178 trabalhadores que entram em redução parcial do horário de trabalho, enquanto seis vêem o seu contrato suspenso na íntegra e cinco foram já dispensados por reforma antecipada ou falta de renovação contratual.
Os funcionários atribuem o "lay-off" à quebra de encomendas registada pela empresa de S. João da Madeira.
A comissão que representa os trabalhadores reuniu quarta-feira com a administração da empresa, mas José Marques, porta-voz dos operários, afirmou que a discussão das propostas aprovadas em plenário para minorar os efeitos do "lay-off" não teve sucesso.
"Nem uma matéria a empresa discutiu. Recusaram tudo", afirmou José Marques à agência Lusa.
As principais expectativas dos trabalhadores centravam-se na proposta relativa à formação profissional, que os trabalhadores tentavam receber durante os seis meses de "lay-off", ao abrigo de um protocolo com o Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Segundo José Marques, a administração da Oliva mostrou-se indisponível para aderir a essa medida, alegando para o efeito impedimentos legais.
"O lay-off afecta mais de 75 por cento dos trabalhadores e, se fosse para haver formação, a empresa só podia ter reduzido o horário a 35 por cento dos funcionários", afirmou.
Adelino Nunes, do Sindicato dos Metalúrgicos de Aveiro, adianta que, mesmo assim, "a empresa ficou de estudar melhor o problema".
Para o dirigente sindical, "a situação é complicada" mas pode ser reversível.
"O que nos disseram é que a Oliva não tem perdido clientela. A empresa está em contacto permanente com os seus clientes e o que acontece é que eles, porque também estão a ser afectados pela crise, optaram por ir gastando os stocks que já tinham", acrescentou.
"Isso não nos tranquiliza completamente", continuou o responsável, "mas dá-nos alguma perspectiva de continuidade da empresa".
O lay-off que a Oliva aplica a partir da próxima segunda-feira terá a duração de meio ano, mas tanto o sindicato como a comissão de trabalhadores acreditam que "há possibilidade de, em Junho, a empresa chamar os trabalhadores a dar mais tempo na fábrica, caso o panorama melhore e haja mais encomendas".
Para o pagamento dos subsídios de Natal e dos bónus de desempenho que a empresa tem em falta não há datas anunciadas.
A Lusa tentou contactar o administrador da Oliva 1925 - Soluções de Fundição S.A, mas esse não se encontrava disponível para declarações.
SIC - 03.05.09
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