Carvalho da Silva acusa Tyco Electronics de violação dos direitos dos trabalhadores

O secretário-geral da CGTP-IN, Carvalho da Silva, acusou hoje a Tyco Electronics de "violação contínua dos direitos dos trabalhadores" e assegurou estar a acompanhar "com toda a atenção" o alegado despedimento de 170 trabalhadores da empresa.

"Na Tyco tem havido uma intervenção sindical muito dolorosa nos últimos anos porque há uma violação contínua dos direitos dos trabalhadores", acusou o secretário-geral da Intersindical em declarações aos jornalistas.

Carvalho da Silva comentava assim notícias segundo as quais a maior fábrica do Alentejo planeia um despedimento colectivo para cerca de 170 trabalhadores colocados em "lay-off".

A multinacional que produz componentes electrónicos para a indústria automóvel convocou os sindicatos para uma reunião esta tarde, nas suas instalações em Évora.

Em cima da mesa está o possível despedimento colectivo de metade dos 346 funcionários que se encontram em 'lay-off' (suspensão de contrato) desde Janeiro.

Manifestando a sua preocupação, Carvalho da Silva chamou a atenção para o facto de a limitação do exercício dos direitos dos trabalhadores "do ponto de vista individual e, acima de tudo, colectivo", amputar a actividade sindical e impedir o controlo das medidas adoptadas pelas empresas.

"Isto é um crime", exclamou o líder da Intersindical.

"Neste momento, a valorização dos sindicatos e a valorização do papel dos trabalhadores nas empresas tem que ser feita (...) contrariando muito vezes argumentos que podem ser simplistas por parte das administrações e nós na Tyco, como em muitas outras, temos dificuldade porque a actuação anti-sindical tem sido uma constante e o poder tem assistido a isto", disse ainda Carvalho da Silva.

Apesar do sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul falar em recuperação das dificuldades da empresa, o futuro de metade dos trabalhadores da Tyco deverá ser definido ainda hoje.

A Tyco emprega cerca de 1.200 trabalhadores e é o maior empregador da região do Alentejo.
Público.pt - 06.05.09