"Com o encerramento das lojas Charles, as trabalhadoras que resistiram à declaração de insolvência perderam a última esperança de manter o posto de trabalho e pediram as respectivas indemnizações em tribunal sem grande esperança de as receber dado que a empresa está descapitalizada", disse à agência Lusa Teresa Vaz, delegada sindical e presidente da comissão de credores da empresa.
A Christian Sapatarias S.A., empresa proprietária das lojas Charles e respetivas fábricas, foi declarada em situação de insolvência pelo Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia há pouco mais de um ano e desde então muitas trabalhadoras pediram a suspensão do contrato de trabalho para receberem subsídio de desemprego.
As que ficaram até ao fim têm os subsídios de férias e de Natal em divida, assim como as respectivas indemnizações pela cessação dos contratos de trabalho.
Segundo Teresa Vaz, o Sindicato dos Trabalhadores do comércio, Escritórios e serviços de Portugal, está a dar apoio juridico às trabalhadoras para que possam reivindicar os seus créditos através do Tribunal.
O administrador nomeado há cerca de um mês pelo tribunal, José Costa Araújo, disse à Lusa que está optimista em relação ao pagamento dos créditos porque acredita que os activos da empresa vão chegar para cobrir os passivos.
Costa Araújo ainda não sabe qual o montante dos créditos das trabalhadoras porque muitos dos processos só entraram em tribunal depois do encerramento das lojas.
O administrador judicial explicou que está agora a "fazer o apuramento dos activos da empresas para depois se proceder à sua liquidação", ou seja, estão a ser avaliadas as lojas que vão ser vendidas e as que vão ser trespassadas.
"Só depois se poderá pagar o passivo mas acredito que chegue para assegurar os créditos dos trabalhadores e dos restantes credores", acrescentou.
Costa Araújo foi nomeado pelo tribunal para substituir o administrador de insolvência escolhido há cerca de um ano, que apresentou um Plano de Recuperação da empresa que foi chumbado em assembleia de Credores.
Há cerca de 12 anos, quando foi vendida aos últimos donos, a empresa tinha cerca de 1.100 trabalhadores, nas lojas e fábrica.
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