Teria sido possível evitar o acidente de trabalho de sábado, na SN Seixal, e outros que ali têm acontecido, se, da parte da Administração e das suas chefias, existisse compreensão e respeito por quem ali trabalha e o efectivo cumprimento das regras legais e constitucionais. Mas a repressão, a falta de liberdade e a intolerância patronal contribuíram para mais um ferido grave.
A acusação foi feita à empresa pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul. Num comunicado que divulgou anteontem, o SITE Sul, da Fiequimetal/CGTP-IN, revelou que um jovem trabalhador de 28 anos foi vítima de acidente de trabalho, com queimaduras de segundo grau em 30 por cento do corpo, pouco antes de iniciar o gozo de seis dias de férias (que só venceriam em 2011, uma vez que em Fevereiro lhe foi imposto pela empresa o gozo das férias de 2010), à entrada da semana em que estava marcado o seu casamento.
Depois de nomear algumas das normas que não foram cumpridas, o SITE Sul afirma que a administração «utiliza todos os meios de pressão para levar os trabalhadores a aceitarem e cumprirem as suas ordens, mesmo que daí resultem elevados prejuízos para si e suas famílias»: «continua a usar e abusar dos contratos a termo, mesmo depois da ACT os ter considerado ilegais»; «impôs aos trabalhadores da Aciaria um horário, com início às 6 horas e a duração de 10.30 horas, ao sábado e ao domingo»; um trabalhador e delegado sindical que não aceitou o horário «foi colocado de castigo dentro do escritório».
Obras no Douro
Desde Maio, já ocorreram quatro acidentes mortais na construção do IP2 e do IC5, que fazem parte da concessão do Douro Interior, a cargo de um consórcio liderado pela Mota Engil, alertou a Federação dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro. Num comunicado de 10 de Agosto, a Feviccom/CGTP-IN considera que estas situações «são demasiado dramáticas para ficarmos apenas pela simples constatação» e reclama da ACT e das empresas a divulgação das diligências efectuadas, das responsabilidades apuradas e das medidas tomadas.
http://www.avante.pt/pt/1916/trabalhadores/110168/
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