Mais 175 mil pessoas não trabalham há mais de dois anos e o número ainda dispara, sobretudo a Norte, onde vivem metade dos novos desempregados de longa duração. Já o desemprego global estabilizou no 2.º trimestre, sem beneficiar dos empregos de Verão.
Estão afastados há anos do mercado laboral, perderam rotinas de trabalho, não estão a aprender profissões novas, ou a ganhar competências, e muitos já nem têm subsídio de desemprego, que é pago a menos de metade das pessoas sem trabalho: tal como Ana Paula Reis, cuja história contamos na página ao lado, em Portugal, há mais de 175 mil trabalhadores a viver desta maneira, um terço dos desempregados totais.
Todo o país tem pessoas sem trabalho há anos, mas é no Norte que se encontra quase metade: 78 mil pessoas, mais oito mil do que no primeiro trimestre do ano e mais 15 mil face à mesma altura do ano passado, segundo dados enviados pelo Instituto Nacional de Estatística ao JN. Aliás, foi na região Norte que mais pessoas entraram nas listas dos desempregados de longa duração, um caminho as mais das vezes sem regresso, como diz António Monteiro Fernandes, professor no ISCTE.
Taxa igual é boa ou má?
O desemprego de longa duração foi reconhecido como sendo o de "mais difícil" resolução pelo secretário de Estado do Emprego, que realçou, contudo, a "boa notícia" da manutenção da taxa nos 10,6%, correspondente a 589,8 mil pessoas - declarações de Valter Lemos criticadas pela Oposição.
Entre Março e Junho, o número de desempregados baixou milimetricamente - apenas em 1600 pessoas, insuficiente para fazer descer a taxa de desemprego dos 10,6% registados no primeiro trimestre. Ou seja, os postos de trabalho que a agricultura e o turismo criam por altura do Verão não foram suficientes para diminuir perceptivelmente o desemprego. Recorde-se que esse efeito era costumeiro, em Portugal, mas já não se sentiu no ano passado.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1643256
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