Dos 590 mil sem trabalho, 55% são de longa duração. Taxa de 10,6% continua recorde
Ao longo dos primeiros seis meses deste ano caíram no desemprego mais 61 200 pessoas, o que equivale a uma média de 338 novos desempregados por dia desde Dezembro. Embora a taxa de desemprego se tenha mantido estável nos 10,6% face ao trimestre anterior, voltou a aumentar mais 1,5 pontos percentuais em termos homólogos, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Isto quer dizer que as estatísticas contabilizam agora mais 82 mil pessoas, num total de cerca de 590 mil pessoas. Mas face ao trimestre anterior há a assinalar um decréscimo de 0,4%, como consequência do reanimar das actividades turísticas ligadas ao Verão. Esta situação convive, no entanto, com as queixas de alguns empresários, que denunciam dificuldades em encontrar mão-de-obra disponível para trabalhar entre os desempregados inscritos nos centros de emprego (ver textos em baixo).
De acordo como INE, mais de metade dos desempregados estão há mais de um ano sem trabalho. O desemprego de longa duração aumentou 38,7% em Junho face ao mesmo mês de 2009, representando agora um universo de 55% do total de desempregados, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) para o segundo trimestre. Ou seja, 326 mil pessoas, num total de 589,8 mil desempregados.
O secretário de Estado do Emprego reconheceu a seriedade do agravamento do desemprego de longa duração. "Sem haver uma forte criação de emprego, é muito difícil recolocar essas pessoas no mercado de trabalho", disse Valter Lemos. "Temos nesse emprego de longa duração pessoas com baixa qualificação, em regra, e com idade já relativamente avançada e por isso, neste momento, essa é a zona de maior dificuldade", sublinhou o governante. Ainda assim, Valter Marques vê os números globais como "positivos", na medida em que são um "sinal da estagnação do crescimento do desemprego em Portugal".
Leitura inversa fizeram, sem excepção, os partidos da Oposição e a CGTP, que classifica a situação do mercado de trabalho como "muito grave", lembrando que se incluirmos os inactivos disponíveis e o subemprego a taxa de desemprego real é de 12,9%, o que corresponde a 730 mil indivíduos.
A Intersindical apela também ao Governo que reponha o subsídio social de desemprego, pois já existem cerca de 200 mil desempregados sem subsídio, uma situação que deverá aumentar.
O INE destaca ainda a diminuição do número de trabalhadores por conta própria, que se cifrou em menos 86 800 indivíduos, o que corresponde a uma quebra de 7% face a Junho de 2009. E a continuação de um aumento do desemprego mesmo no grupo dos mais qualificados, em que se contam mais 30 mil.
Face à população activa, que se manteve estável, a taxa de emprego também caiu, quer em termos homólogos quer trimestrais, fixando-se nos 55,4%. No primeiro caso, a quebra foi de 0,9 pontos percentuais e no segundo de 0,2 pontos.
http://dn.sapo.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1643321
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