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20/08/2010

Arco Têxteis - Era a melhor, foi apoiada e fechou

A Arco Têxteis, uma das maiores e mais modernas empresas do sector têxtil do Vale do Ave, encerrou a unidade de fiação, inaugurada há nove anos, deixando sem emprego cerca de meia centena de trabalhadores. Os operários dizem-se "surpreendidos".

"Como é que isto foi fechar, com umas máquinas assim?" A interrogação é de José Almeida, mas apoquenta, ainda, as almas de Arlindo, de Clemente, de António…

E o caso não será para menos: fundada em 1998 a partir do grupo-mãe Arco Têxteis, a Arcofio, na Ermida, em Santa Cristina do Couto, Santo Tirso, usufruiu de apoios comunitários para se equipar, chegando a ser "considerada a melhor fiação da Europa", orgulham-se os trabalhadores. Na página da Internet da Arco, aliás, refere-se que a "Arcofio - Fiação SA é uma unidade de produção de fios de alta qualidade que utiliza tecnologia avançada".

"É uma coisa sofisticada mesmo", sublinharia José Silva Almeida. Incapaz de conter o encanto, o colega, Clemente Oliveira, recorda: "Era tudo moderno e novo. As máquinas faziam o trabalho quase todo. Estava bonito. E deu muita produção".

Daí que os perto de 50 operários da firma que, em Fevereiro passado, foi fundida na Arco Têxteis, deixando de ser uma empresa, se confessem surpresos com o encerramento, no final de Julho.

"Ficamos espantados", resume José Almeida, que há 38 anos "começou na fábrica velha", em Santo Tirso. Viu-se na rua com mais de meio século de vida. "Nunca imaginei isto", confessa, garantindo que a fábrica "tinha condições para trabalhar".

"Se víssemos meio salão parado por falta de fio ou de encomendas, já sabíamos que ia fechar. Agora, sempre a rolar e a sair fio?", indigna-se Clemente.

"Não sabemos o que aconteceu", diz. Apenas que "venderam as máquinas" e prometeram pagar as indemnizações devidas. De resto, "pagaram tudo". "Salários e subsídios estão em dia", garantem os operários.

"Era uma fábrica que foi montada nem há 10 anos. Ainda lá estava o papel do patrocínio do Estado. Dois ou três milhões de contos. Era o mais moderno que havia. De repente, puseram as máquinas à venda na Internet. Apareceram compradores e viemos embora", conta Arlindo Martins.

"Quando demos por ela, já estavam a desmontar as máquinas. Foi tudo muito rápido. Ficamos muito surpreendidos", aponta o ex-operário, de 54 anos.

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Santo%20Tirso&Option=Interior&content_id=1644684

1 comentário:

Anónimo disse...

pois é...quando a falta de cabecinha impera...novo caso de crise da 3ª geração!

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