O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Julho diminuíram 0,7%, face a Junho, situação que se repetiu em todas as regiões do país, excepto no Norte, onde cresceu 0,6%, e onde o desemprego aumenta há 21 meses consecutivos.
Os números foram ontem divulgados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e dão conta que no final de Julho estavam inscritas nos centros de emprego 548 067 pessoas, um número que representa uma subida de 10,3% face a mês homólogo do ano passado, mantendo-se "a tendência de desaceleração que se tem vindo a observar nos últimos meses".
Dos números totais só a região Norte representa 44,3% dos inscritos e é a única que apresenta um crescimento, mesmo que ligeiro, em Julho face a Junho.
A explicação avançada pelo presidente do IEFP prende-se com o emprego sazonal. À Lusa, Francisco Madelino disse que a "sazonalidade de Verão está muito associada às actividades agrícolas e turísticas e a região Norte não tem propriamente estas características", sendo "também aquela onde se localizam mais actividades de trabalho intensivas" e aquela "mais afectada pela crise internacional".
Sazonalidade à parte, a verdade é que a região Norte tem registado um crescimento ininterrupto do desemprego desde Outubro de 2008, o que não é surpresa para o presidente da Associação Industrial do Minho (AIMinho).
"Infelizmente não me surpreende", disse ao JN António Marques, recordando que a associação "reuniu de emergência em Dezembro de 2008, e dessa reunião saíram cartas para o Governo a alertar para vários problemas, entre eles, de que estávamos à beira de um período de emergência social. Fomos apelidados de arautos da desgraça".
António Marques aponta a falta de competitividade como a principal causa para a situação de falta de emprego na região.
"O calçado deu um salto muito grande, o têxtil vai andando, mas a verdade é que a indústria do Norte sempre assentou na mão-de-obra intensiva e muitas dessas empresas fecharam, porque não eram competitivas. É verdade que abriram outras, mas não com o número de empregados compatível com o que foi destruído".
No seu entender, "faltam âncoras na região como, por exemplo, as renováveis em Viana do Castelo, que ajudassem a compensar a destruição das indústrias tradicionais".
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1644657
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