De acordo com o "Executive Incentive Plan Snapshot Survey", quase todos os 39 organismos inquiridos pela Mercer mudaram o peso dos elementos do pacote remuneratório oferecido aos gestores de topo.
O estudo indica que a maioria alterou a composição das suas comissões de remuneração (66 por cento), o valor do salário base (70 por cento) e reforçou o peso dos incentivos a longo prazo (56 por cento) para desencorajar a tomada de riscos excessivos que motivou a crise financeira actual.
Demonstra igualmente que o prémio anual em dinheiro e o peso dos incentivos a longo prazo aumentou em 56 por cento.
Apesar de 65 por cento das empresas terem programas obrigatórios de prémios diferidos, apenas 40 por cento introduziram normas que permitem recuperar parte do prémio diferido, caso o desempenho não seja o desejado. Este tipo de norma é sobretudo utilizado pelas empresas europeias e pode estar ligado ao desempenho global da organização.
Não obstante as mudanças implementadas voluntariamente no sector de serviços financeiros, o estudo alerta para a nova legislação que será lançada pela União Europeia no início de 2011 e que será “ainda mais severa”.
“Esta legislação deverá limitar o prémio em dinheiro aos trabalhadores do setor a um máximo de 30 por cento, devendo o bónus remanescente ser entregue em pagamentos diferidos e ligado a fatores de desempenho a longo termo, com 50 por cento pago em acções”, lê-se no estudo.
Alinhada com a tendência europeia, a Reserva Federal norte-americana (FED) lançou recentemente uma regulamentação específica para os incentivos no sector bancário, que acarretam maior vigilância às práticas remuneratórias de risco das instituições, desencorajando a exposição ao risco excessivo.
O estudo “Executive Incentive Plan Snapshot Survey” analisou dados de 39 organizações de serviços financeiros: 66 por cento dos inquiridos são bancos, 26 por cento companhias seguradoras e os restantes oito por cento pertencem a outros sectores.
Dois terços das empresas inquiridas estão sedeadas na Europa e as restantes nos Estados Unidos.
Este estudo pretende analisar a alteração das organizações do sector financeiro em relação à remuneração de executivos e planos de incentivos, à luz das regras emanadas pelo Financial Stability Board, o novo organismo regulador criado pelo G20 para identificar problemas no sistema financeiro a nível global.
http://www.destak.pt/artigo/72767
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