O presidente da Cáritas Portuguesa disse hoje, domingo, que o país está a vencer a batalha contra o défice à custa de muitos sacrifícios e sem que se permita às pessoas com mais dificuldades o acesso à protecção social necessária.
"Está-se a vencer esta batalha [défice] à custa de muito, muito, muito sacrifício e não se tem dado, paralelamente, condições às pessoas, sobretudo àquelas que estão em situações mais difíceis, para terem acesso à protecção social necessária para minorarem as dificuldades que estão a sentir", afirmou Eugénio Fonseca.
O responsável, que participou em Fátima no XI Encontro de Formação de Agentes Sócio Pastorais, considerou que os "próprios governantes reconhecem que as medidas que tomaram por via orçamental vão ter implicações na vida das pessoas que lhes vão gerar muitas dificuldades".
Adiantando que continua a ser solicitada ajuda à Cáritas e acreditando que assim vai continuar devido ao desemprego e à diminuição dos recursos disponíveis dos cidadãos, Eugénio Fonseca reiterou a "impossibilidade das instituições responderem a todas as necessidades".
Para o responsável, o "grande desafio" passa pela criação de condições para que as pessoas não se tornem pobres de longa duração, num momento em que, admitiu, a população portuguesa está cada vez mais pobre.
"Essa é uma constatação que só quem não quiser ver é que não reconhece isso, porque é inevitável", sustentou, enumerando a este propósito as repercussões das medidas que foram tomadas no âmbito dos planos de Estabilidade e Crescimento e do Orçamento para 2011.
Sem comentários:
Enviar um comentário