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17/01/2011

ESTADOS INTERVENCIONADOS, CRISE POLÍTICA E LUTA DE CLASSES

Ángeles Maestro

Os acontecimentos sucedem-se vertiginosamente na União Europeia. A decisão tomada em Maio último pelo FMI, a UE e o Banco Central Europeu de “resgatar” a Grécia com 110 000 milhões de euros aconteceu a poucos dias da criação de um fundo permanente de 750 000 milhões de euros (250 000 do FMI e 500 000 dos estados da UE), perante a ameaça de contágio de Portugal e Espanha, com o fim de assegurar “a saúde e a estabilidade do euro”. Nestas últimas semanas reeditou-se o mesmo guião que se representou na Grécia. Em primeiro lugar, começam os rumores sobre a falta de solvência da Irlanda e Portugal, aumentam vertiginosamente os juros pagos aos compradores da dívida, põe-se em dúvida a viabilidade financeira – pública e privada – do país e, perante o risco de bancarrota, absolutamente fabricado, o governo correspondente solicita um empréstimo de milhares de milhões de euros. O governo socialdemocrata português, aluno mais dócil, prepara o terreno ameaçando com o dilúvio: “Se não se aprovasse o Orçamento, Portugal poderia sair do euro”. O governo irlandês resistiu mais, aferrando-se à bomba política que significaria para um país, que só agora começa a recuperar a sua autonomia, a perda da sua soberania. Para o obrigar a receber o empréstimo antes que se realizem umas eleições gerais, previsivelmente antecipadas, está a decorrer um obsceno desembarque de banqueiros representantes do trio FMI, UE e BCE. - ESTADOS INTERVENCIONADOS, CRISE POLÍTICA E LUTA DE CLASSES

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