Na sequência de intensas e incessantes lutas sectoriais, a Frente Militante de Trabalhadores (PAME) convocou para hoje, dia 8, uma jornada de protesto e uma greve geral de 48 horas para os dias 21 e 22.
Na passada semana, dia 30, os trabalhadores municipais, ferroviários e advogados paralisaram na Grécia em protesto contra os cortes orçamentais determinados pelo plano de austeridade do governo.
Nos caminhos-de-ferros e nos municípios, os trabalhadores lutam contra a redução de salários e retirada de direitos na aposentação.
Por seu turno, o descontentamento começa a tocar igualmente camadas da pequena e média burguesia que se sentem tocadas pelas políticas governamentais. É o caso dos advogados que cumpriram uma greve de dois dias, opondo-se à tributação da sua actividade com o imposto sobre o valor acrescentado (IVA).
Na manhã do mesmo dia 30, sindicalistas da PAME ocuparam o edifício do Ministério do Trabalho em Atenas, em cuja fachada colocaram um estandarte gigante exigindo medidas de protecção para os desempregados.
Acções semelhantes em instalações de centros de emprego tiveram lugar noutras grandes cidades como Tessalónica e Vólos, realizando-se uma manifestação em Larissa.
A PAME e os comunistas gregos chamam a atenção para a escalada do desemprego que, de acordo com os números oficiais, já afecta 14,6 por cento da população activa. Todavia, tal como na generalidade dos países, os dados estatísticos estão muito aquém da realidade, já que consideram os desempregados inscritos. Os números reais do desemprego rondam os 20 por cento, segundo a central sindical PAME.
Também na semana passada, os proprietários de bombas de gasolina da ilha de Creta, a maior do país, encerraram os postos de venda, recusando-se aceitar a imposição de um preço máximo para os combustíveis.
Entre outras lutas que decorreram em Março na Grécia, destacam-se a jornada dos agricultores, dia 28, a greve dos médicos e enfermeiras nos hospitais públicos, dia 22, ou ainda o protesto dos motoristas de taxi, no dia 18.
País em ebulição
Face ao surto de protestos que atravessam os diferentes sectores da sociedade, atingidos pelas medidas de austeridade destinadas a pagar a crise criada pelo grande capital, a PAME realiza hoje, quinta-feira, 8, uma manifestação contra o aumento de impostos sobre os rendimentos do trabalho, e anunciou para os dias 20 e 21 uma greve geral de 48 horas.
Até lá os sindicatos são chamados a organizar a luta, realizando plenários de trabalhadores e constituindo comités de greve nos locais de trabalho. A PAME apela aos trabalhadores a que ignorem as direcções das centrais sindicais reformistas GSEE e ADEDY e unam forças em torno da única central combativa e consequente, a Frente Militante de Trabalhadores. Só assim a luta terá resultados.
http://www.avante.pt/noticia.asp?id=33118&area=8
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