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06/04/2010

Cresceu 9,2 por cento o número de empresas portuguesas que apresentaram prejuízos

Em plena recessão, as empresas portuguesas viram as contas anuais encolher e reportaram prejuízos superiores a 2008.

Segundo o estudo anual sobre o tecido empresarial elaborado pela Informa D&B, que recolhe e gere informação sobre empresas, o número de sociedades que, o ano passado, apresentaram perdas cresceu 9,2 por cento face a 2008, totalizando 124.026.

A análise dos resultados líquidos das empresas que prestaram contas mostra ainda que 175.753 apresentaram lucros, valor 4,7 por cento inferior ao do período homólogo.

No final do ano passado o tecido empresarial contava com 501.174 companhias, mais do que em 2008, mas apenas 450.895 são obrigadas a apresentar resultados financeiros. Apesar disso, não chegaram às 300 mil as empresas que divulgaram os seus relatórios contabilísticos (66,3 por cento).

O volume de negócios conquistado num ano difícil foi ligeiramente inferior (apenas 0,1 por cento) e, em média, as empresas portuguesas tiveram receitas na ordem dos 1059 milhões de euros. Também não houve grandes alterações no perfil das sociedades: as regiões de Lisboa e Vale do Tejo (33,4 por cento), Norte (31,3 por cento) e Centro (19,7 por cento) representam 84 por cento do tecido empresarial. Nos distritos, lidera Lisboa, seguida do Porto e Braga.

É nos serviços e no retalho que os portugueses mais gostam de criar negócio e, juntos, estes sectores concentram 43 por cento do total. Em ano de crise, o número de empresas da área da construção e indústria transformadora cresceu 1,6 e 1,1 por cento, respectivamente.

O estudo da Informa D&B mostra ainda que, tal como sucedeu em 2008, a maioria das sociedades tem entre cinco e dez anos de antiguidade. "Denota-se um indício de ligeiro envelhecimento, evidenciado especialmente no escalão de empresas com menos de um ano, que reflecte a contracção verificada nas constituições em 2009", lê-se no documento a que o PÚBLICO teve acesso.

Ao longo do ano passado, nasceram menos empresas do que em 2008 (uma quebra de 12,7 por cento) e Janeiro foi o mês com maior número de constituições. Em termos médios, em Portugal surgiram 2562 novos negócios por mês.

Por norma, as empresas têm um capital social de cinco mil euros e são de pequena dimensão. Cerca de 53 por cento têm um volume de negócios inferior a um milhão de euros e 59 por cento empregam menos de quatro trabalhadores.

Registou-se maior decréscimo nas sociedades com mais de 250 empregados (quebra de 7,6 por cento) e com uma facturação entre dez e 50 milhões de euros (menos 2,5 por cento).

http://economia.publico.pt/Noticia/cresceu-92-por-cento-o-numero-de-empresas-portuguesas-que-apresentaram-prejuizos_1430945

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