Há 373 mil desempregados subsidiados e 190 mil sem qualquer apoio.
O número de novos pedidos de subsídio de desemprego caiu acentuadamente em Fevereiro: foram apenas 19 821, menos 8400 que no mês anterior, uma quebra de 29,8%, de acordo com os últimos dados disponibilizados pela Segurança Social. E, comparando com Fevereiro de 2009, há menos 4200 pedidos de subsídio, uma redução de 17,5%.
Apesar desta evolução, em linha com os últimos dados do INE e do Eurostat sugerindo um estancar do desemprego, o número de pessoas a viver do subsídio de desemprego continua a aumentar. Eram cerca de 359 mil em Janeiro e são agora mais de 373 mil. Aos novos desempregados somam-se os beneficiários que já se encontram sem trabalho há mais tempo, pelo que o efeito cumulativo resulta num crescimento do contingente de desempregados.
Os dados disponibilizados pela Segurança Social referem-se aos vários tipos de subsídio, mantendo-se o aumento dos beneficiários, tanto no subsídio regular como no subsídio social de desemprego inicial, subsequente ou na modalidade de prolongamento do subsídio social. Em Fevereiro, contavam-se 67 372 indivíduos com subsídio social de desemprego.
O Norte é a região mais afectada pela crise do emprego. O Porto regista o maior número de novos pedidos de subsídio de desemprego (80 774), bem acima de Lisboa (66 952) e de Braga (37 573), que surge em terceiro lugar.
Em Março, quando o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) deu conta de uma quase estagnação no número de de-sempregados, Walter Lemos considerou os indicadores como um sinal positivo. O secretário de Estado do Trabalho acredita que o número de desempregados poderá continuar ainda a crescer até ao Verão, mas está convencido de que a tendência irá inverter-se até ao fim do ano.
O Governo mantém uma previsão de uma taxa de desemprego de 9,8% para este ano, quando no ano passado o valor alcançado foi de 9,6%. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê valores perto dos 11% para a taxa de desemprego este ano.
O Eurostat revela que Portugal é o 4º país da Zona Euro com a maior desemprego: a taxa subiu dos 10,3% para 10,5% em Janeiro, afectando 580 mil pessoas, de acordo com a metodologia do Eurostat.
Os dados dos novos pedidos de subsídio de desemprego relativos a Fevereiro são os mais positivos dos últimos meses, mas a verdade é que ainda é cedo para perspectivar grandes melhorias no emprego. Já no ano passado o número de novos pedidos tinha baixado em Fevereiro, mas depois continuou a crescer. E, tendo em conta que o IEFP contabiliza em 561 351 o universo de pessoas sem trabalho, significa que há ainda mais de 190 mil desempregados que não recebe qualquer subsídio.
http://dn.sapo.pt/bolsa/emprego/interior.aspx?content_id=1537344
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