No regresso da manifestação em Lisboa, os operários da empresa têxtil Flor do Campo, de Santo Tirso, trouxeram a promessa de que só em Março saberão se recebem ou não o Fundo de Garantia Salarial, que já deveriam ter há um ano.
"Conseguimos pouco, mas valeu a pena ir a Lisboa porque, a partir de agora, estas pessoas têm rosto. Qualquer que venha a ser a decisão, isto vai ser tido em conta e a análise será feita da forma mais humana possível". Esta foi a esperança que Palmira Peixoto, do Sindicato Têxtil do Porto, e os cerca de 60 operários da Flor do Campo, parada desde 2006 e em processo de insolvência, trouxeram, ontem, da capital.
Ali, concentraram-se frente à sede da Segurança Social, onde procuraram ser recebidos para reclamar o Fundo de Garantia Salarial, que deveria estar a ser pago há, pelo menos, um ano, altura em que os trabalhadores apresentaram um requerimento, solicitando o pagamento das indemnizações através daquele meio, cuja função é substituir-se à massa falida de uma firma, liquidando parte das dívidas aos empregados.
Porém, tudo se foi arrastando no tempo, até o plano de recuperação da Flor do Campo ser aprovado pelos credores maioritários - a Segurança Social é o mais forte, com 62% dos créditos -, facto que era, aliás, previsível, pois o documento conheceu três versões (propondo o perdão de 85% das dívidas aos trabalhadores, depois 80% e, finalmente, 70%), sendo que todas mereceram o voto favorável daquele instituto do Estado. Recentemente, o Tribunal de Santo Tirso homologou a decisão da última assembleia de credores, pelo que o plano de recuperação avançará e os cerca de 400 operários (muitos já sem subsídio de desemprego) da têxtil de S. Martinho do Campo receberão apenas 30% do que a empresa lhes deve. E somente a partir de 2012 e ao longo de uma década.
Agarram-se, agora, à promessa do presidente do Conselho de Gestão do Fundo de Garantia Salarial: "Até final de Março, o processo estará concluído e os trabalhadores serão informados, por carta, das conclusões e do que vão receber", explicou Palmira Peixoto. A sindicalista disse ter recebido a garantia de que o sindicato saberá, em meados de Fevereiro, qual a situação do processo.
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Santo%20Tirso&Option=Interior&content_id=1473970
Sem comentários:
Enviar um comentário