O Partido Popular ficou sozinho na defesa do seu projecto de Decreto do ensino, que viria substituir o aprovado em 2007 polo bipartido PSOE-BNG. Num contexto em que o galego perde falantes devido as nefastas políticas lingüísticas de todos os partidos do sistema, o PP, junto a grupúsculos de extrema-direita, pretende agora incumprir os mínimos legais existentes, que falam de 50% para os dous idiomas oficiais.
A resposta popular está a ser firme durante o último ano. A de hoje foi a 5ª grande manifestaçom nacional. Dezenas de milhares de pessoas, de todo o arco político excepto o PP e a extrema-direita, saírom à rua convocados por todos os sindicatos para dizer NOM ao Decreto espanholizador.
A praça do Obradoiro, a maior da capital galega, encheu-se de manifestantes, enquanto 90% do professorado e do alunado aderia à jornada de greve no ensino. Inclusive o governante Partido Popular tivo que admitir que mais de 50% nom foi às aulas, mas é evidente que a percentagem foi muito maior. De facto, só pequenos sindicatos amarelos e corporativos evitárom apoiar a iniciativa: CIG, STEG, CCOO, UGT, CNT e CUT, entre outros, manifestárom o seu apoio à greve.
Também nas entidadese estudantis de esquerda apoiárom a jornada, nomeadamente AGIR (independentista de esquerda), Comités (ligado ao BNG) e Sindicato de Estudantes (trotskista).
No ámbito político, a oposiçom parlamentar, a cargo dos reformistas PSOE e BNG, apoiárom também a greve. Fora do Parlamento, os independentistas NÓS-Unidade Popular e Frente Popular Galega, e a soberanista Causa Galiza, emitírom posicionamentos de apoio à luita contra o Decreto de ensino que prepara o PP.
As entidades juvenis AMI, BRIGA e Adiante, independentistas e de esquerda, também aderírom à jornada de luita.
Entidades sociais de todo o tipo tenhem-se manifestado durante as últimas semanas contra o decreto espanholizador do PP: a Real Academia Galega, entidades de juristas, de renovaçom pedagógica, culturais, etc. Só o grupo ultra "Galicia Bilingüe" apoia o decreto, embora considere que o galego deveria ter ainda menor peso.
No lado oposto, o Partido Popular, através do presidente da Junta da Galiza, Alberto Núñez Feijó, acusou a jornada de luita de ser umha "greve preventiva" e de ter "corte nacionalista".
Que suporia o novo decreto?
O novo decreto, caso chegue a ser aprovado, suporia, no papel, umha repartiçom em três partesdo horário lectivo, entre espanhol, galego e inglês, com umha margem para que, cada 4 anos, os pais votem para escolher as línguas com mais peso. O PP está a vender um discurso "igualitarista" para tratar três realidades diferentes: a do espanhol, língua hegemónica nos meios de comunicaçom, na justiça, no mundo laboral... e no ensino; o galego, com um uso social ainda significativo que está a diminuir nas últimas décadas polas políticas espanholizadoras; e o inglês, que só umha minoria reduzidíssima de docentes domina para cumprir o que di o Decreto.
O anterior significa que, já que é impossível cumprir com o 1/3 de horas de inglês, a falta de regulamentaçom favorável à língua que parte de umha posiçom mais débil (o galego), vai facilitar que o espanhol ocupe 2/3 do tempo lectivo, ficando para o galego 1/ no melhor dos casos.
A todo o anterior, há que acrescentar que o governo do PP eliminou a norma que obrigava a dominar o galego para aceder aos postos de trabalho públicos da Administraçom autonómica, o que contribui para limitar a competência dos profissionais do ensino e para deixar sem direitos a populaçom galega em relaçom à sua única língua própria (segundo reconhece o Estatuto de Autonomia).
Os sectores normalizadores mais à esquerda, nomeadamente os independentistas como NÓS-UP, acusam a oposiçom parlamentar (PSOE e BNG) de serem cúmplices do lingüicídio em curso na Galiza, já que ambas forças, quando governárom, nada figérom para modificar os mecanismos de poder que mantenhem o galego como língua de segunda classe no país que a criou, há mais de 1.000 anos.
Depois da contundente resposta social de hoje, haverá que ver se o PP rectifica e, sobretodo, se o movimento popular continua a manter a iniciativa contra os inimigos do galego. A disposiçom do povo galego para defender a língua parece ter ficado demonstrada durante os últimos meses, com contínuas iniciativas mobilizadoras apesar da resposta repressiva das instituiçons espanholas.
Há que lembrar que dezenas de activistas em defesa do idioma da Galiza estám a ser processados e condenados por participar em mobilizaçons em defesa do direito à língua, algo inaudito em qualquer país que desfrute de umhas mínimas garantias democráticas.... as mesmas que nom há na Galiza.
http://www.kaosenlared.net/noticia/grande-mobilizacom-90-do-ensino-galego-em-greve-contra-decreto-espanho
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