Os sindicatos gregos preparam-se para uma greve geral amanhã para protestar contra o Governo socialista que anunciou a adopção de um plano de austeridade.
A Frente de Luta Sindical (PAME), próxima do partido comunista (KKE), e a União da Esquerda radical Syriza convocaram os trabalhadores para a realização de uma greve geral amanhã em todo o país, para protestarem contra as medidas de austeridade do Governo socialista.
Os sindicatos independentes da educação secundária (OLME) e da poderosa União dos Jornalistas de Atenas (ESYEA) juntaram-se ao protesto.
Amanhã, prevê-se que o país seja privado da emissão de jornais pelas televisões e pelas rádios, bem como dos serviços da agência de notícias grega ANA.
Mais de 60 concentrações de grevistas estão previstas nas principais cidades do país para marcar um primeiro aparente teste para os socialistas, no poder desde 4 de Outubro, confrontados com uma crise financeira sem precedentes.
“As novas medidas anunciadas pelo Governo em nome da luta contra a crise visam alterar completamente as regalias sociais”, afirma a ESYEA num comunicado.
Sindicatos socialistas adiam protestos para Janeiro
As duas grandes confederações sindicais gregas, a GSEE (600 mil aderentes), do sector privado, e a ADEDY (200 mil membros), da função pública, ambas dirigidas por socialistas, não quiseram até agora associar-se ao protesto.
A ADEDY, que se manifestará na segunda-feira à frente do parlamento quando o Orçamento do Estado for discutido, avisou que tenciona aumentar os protestos depois das festas do final do ano.
“Sei que haverá reacções mas nós dispomos de uma larga maioria e a maioria do povo apoiará as nossas medidas (...) levarei até ao fim as reformas”, assegurou o primeiro-ministro grego, Georges Papandreu, em declarações à cadeia britânica BBC.
Austeridade na função pública
Pressionado pelos mercados e pelos parceiros europeus, Papandreu anunciou na segunda-feira um primeiro pacote de medidas que incluem um tratamento de austeridade para a função pública, nomeadamente uma redução de 10 por cento das despesas, o congelamento dos salários de base acima dos 2000 euros e um travão de novas contratações em 2010.
Um alto responsável socialista, que pediu para não ser identificado, prevê “uma crise social nos primeiros meses de 2010” e considera que o desemprego vai continuar a subir e ultrapassar a barreira dos 20 por cento.
Segundo os últimos dados, a taxa de desemprego atingiu 9,1 por cento em Setembro último contra 7,4 por cento no mesmo mês de 2008.
Os jovens entre os 15 e os 24 anos são os mais atingidos, com uma taxa de desemprego de 25,7 por cento, seguidos das mulheres, com uma taxa de 13,4 por cento, duas vezes superior à dos homens.
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1414169
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