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15/12/2009

Tripulantes da British Airways aprovam greve de 12 dias

Luísa Pinto

Cerca de um milhão de passageiros que tinha planeado fazer viagens, este Natal, com a British Airways (BA) estará neste momento com os planos revirados, depois de ontem o resultado da votação de um plenário do Unite, o sindicato que representa os tripulantes de cabina, ter sido maciço: a proposta de realização de uma greve de 12 dias, a começar a 22 de Dezembro e a terminar a 2 de Janeiro, teve uma adesão de 92,4 por cento.

A "ameaça" estava em cima da mesa desde Novembro, altura em que a companhia de bandeira inglesa havia anunciado uma nova redução de postos de trabalho entre os mais de 13 mil tripulantes de cabina - no total, e até Março de 2010, a redução de postos de trabalho deveria atingir os 4900 funcionários, nas várias áreas da empresa.

Nessa altura, o dirigente do Unite, avisou que a contestação não se cingia à redução de postos de trabalho (que deve afectar 1700 trabalhadores do sector do pessoal de cabina), mas também a outras medidas, como o congelamento salarial de dois anos e pelo recrutamento de novos funcionários com condições salariais inferiores. Ontem, o dirigente Steve Turner repetiu os argumentos, e que em causa não estavam apenas os despedimentos, mas também as medidas "injustas e impostas" pela administração de Willie Walsh.

A administração da BA reagiu contra a "completamente injustificada e desproporcionada reacção a um modesto conjunto de medidas que haviam sido anunciadas para ajudar a empresa a recuperar dos seus avultados prejuízos financeiros".

No ano passado, a BA reportou prejuízos de 401 milhões libras (445 milhões de euros), um resultado que se agravou no final do ano fiscal, já que no final de Setembro de 2008 os resultados eram ainda positivos, e foram reportados lucros de 57 milhões de euros. Este ano, e no final do primeiro semestre (que na contabilidade britânica se assinala em Setembro), os prejuízos já atingiam os 292 milhões de libras (324 milhões de euros).

A realização desta greve que, segundo os media britânicos, será a primeira desde há 12 anos, parece estar a ser muito mal recebida pelos editorialistas e pela opinião publica inglesa. A tarefa de tentar reagendar os voos será muito pouco facilitada, não só pelo prazo curto mas também pela muita procura que a época natalícia normalmente suscita.

Público.pt - 15.12.09

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