O poder de compra dos portugueses distancia-se cada vez mais dos restantes países da União, ficando 24% abaixo da média. O Luxemburgo continua a oferecer o maior poder de compra, quase três vezes superior à média.
Há já três anos consecutivos que os portugueses mantêm o poder de compra relativamente à média da União Europeia, afastando-se cada vez mais dos seus pares. Segundo os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o Produto Interno Bruto (PIB) por habitante ajustado às paridade de poder de compra situou-se em apenas 76% da média europeia, longe dos 276% do Luxemburgo, que continua a oferecer o maior poder de compra de toda a Europa.
No conjunto dos 37 países europeus analisados, Portugal surge no 22.º lugar. Os portugueses têm um poder de compra 24% inferior à média europeia (100) e quase 30% inferior ao dos espanhóis. Ainda países recém aderentes à UE estão acima de Portugal, como Chipre e Malta. No final da tabela está a Albânia.
Entre as conclusões retiradas da análise feita aos dados do INE, entre 2004 e 2008, o PIB per capita aumentou no nosso país apenas um ponto percentual, passando de 75% para 76% da média europeia. Portugal não foi o único a registar quedas, entre os 27 Estados-membros, a Irlanda registou a maior descida. Em quatro anos, o país perdeu 30% do seu poder de compra. Pelo contrário, as maiores subidas registaram-se nos países do centro e leste europeu, que aderiram em 2004 à UE com um PIB per capita baixo. É o caso da República Checa e Eslovénia.
Não é só no que diz respeito ao poder de compra que os portugueses perdem o comboio da Europa. Recorde-se que, segundo números do Eurostat, Portugal ocupa a 11.ª posição na lista de salários mínimos dos países da UE, com 525 euros. As disparidades são grandes e os valores oscilam entre os 123 euros mensais e os 1600 euros. Em Janeiro de 2009, o montante mais elevado encontrava-se no Luxemburgo nos 1642 euros por mês. Segue-se a Irlanda com 1462 euros e a Bélgica com 1387 euros. Três dos países com maior poder de compra. Embora tenha um poder de compra superior ao de Portugal, os checos auferem um salário mensal menor (306 euros).
Olhando apenas para o território nacional, os 16 concelhos com menor poder de compra per capita em Portugal estavam, em 2007, situados na região Norte. Vinhais (45,88), Ribeira de Pena (46,34) e Sernancelhe (46,95) encabeçam um conjunto de 21 municípios com um Indicador per Capita do poder de compra que não chega a metade da média nacional. No topo, Lisboa mantém o primeiro lugar e 235,7 pontos. O concelho de Lisboa está 135% acima da média europeia, o Porto teve um avanço de apenas 70,5%, segundo dados publicados no final de Outubro pelo INE.
J.N. - 16.12.09
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