O antigo Primeiro-Ministro britânico, Tony Blair, pode vir a tornar-se um dos mais ricos governantes de sempre no Reino Unido. Desde que abandonou o poder, em 2007, Blair já recebeu milhões de libras, canalizados para uma estrutura semi-secreta - pensada para fugir ao fisco, admite o jornal The Guardian.
Quando abandonou o n.º 10 de Downing Street, Tony Blair começou a juntar uma fortuna, proveniente de fontes nem sempre claras.
O antigo Primeiro-Ministro britânico não só lidera uma empresa de consultadoria comercial, como também aconselha juridicamente um banco norte-americano e uma seguradora suíça.
Paralelamente, o negócio livreiro em que está envolvido rendeu-lhe também milhões de libras, tal como as duas instituições de caridade que lidera – Tony Blair Africa Governance Initiative e a Tony Blair Faith Foundation.
Uma fortuna isenta de impostos
Todo esse dinheiro foi canalizado para uma mega-estrutura chamada Windrush Ventures No 3 Limited Partnership: uma complexa teia de negócios que envolve 12 entidades jurídicas diferentes.
Para o jornal The Guardian, a estrutura montada por Tony Blair não contém nada de ilegal em si mesma – ainda que o seu funcionamento e, sobretudo, o seu financiamento sejam pouco claros.
Contudo, o diário britânico acredita que, por detrás do complexo jurídico, se esconde apenas um esquema de fuga ao fisco conhecido no Reino Unido como ‘parceria familiar limitada’.
Por outras palavras: classificando como ‘parceiros limitados’ os seus quatro filhos, Tony Blair estará a garantir que, no futuro, os seus herdeiros possam receber a fortuna ganha pelo pai, em vida, completamente isenta de impostos.
‘Investigue você mesmo’
Dada a complexidade da estrutura montada por Blair para injectar a sua fortuna, a edição online do ‘The Guardian’ lançou uma questão aos seus leitores: o que é afinal a Windrush?
Disponibilizando no seu site a documentação contabilística da Winrush Ventures, o jornal britânico lançou um concurso para que, através dos seus leitores, possa resolver o ‘mistério da fortuna de Tony Blair’.
Pode não se tratar de um mistério de Agatha Cristie ou de Arthur Conan Doyle com um desfecho heróico, mas, ao leitor que descobrir algo novo sobre a fortuna de Blair, o The Guardian prometeu um cartoon assinado de Steve Bell.
O prazo para resolver a ‘charada’ de Blair termina hoje.
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