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10/11/2009

AIE prevê barril de petróleo nos cem dólares em 2020

Agência Internacional da Energia (AIE) espera uma subida do preço do barril de petróleo para cem dólares em 2020 e 115 dólares em 2030, segundo o relatório sobre as perspectivas energéticas mundiais, hoje publicado.

Os preços médios de 2009 deverão estabelecer-se à volta dos 60 dólares, num contexto de declínio da actividade, antes de voltar a subir “por causa da retoma da economia”, para atingir os 115 dólares dentro de vinte anos, em dólares constantes de 2008 (sem ter em conta a inflação), indica a AIE, que representa os interesses dos países consumidores.

Em 2008, o preço médio do barril de crude estabelecera-se em 97 dólares, segundo a agência.

A procura mundial de petróleo aumentará em média um por cento por ano, passando de 85 milhões de barris por dia em 2008 para 105 milhões em 2030, isto se não forem aprovadas nas próximas negociações globais sobre o clima, em Copenhaga, alterações significativas na política energética e de redução dos gazes a efeitos de estufa, indica a AIE.

A estimativa da procura global a longo prazo foi assim revista em baixa, já que no ano passado a agência apontava para um total de 106 milhões de barris por dia no horizonte de 2030.

“A crise financeira global e a recessão teve um forte impacto sobre as perspectivas para os mercados energéticos”, sublinha a AIE no seu relatório. “A procura mundial de energia no seu conjunto já caiu com a contracção económica”, observa.

Apesar do abrandamento da procura, o mundo poderá ainda ter de enfrentar uma crise da oferta e uma subida dos preços em consequência da quebra dos investimentos em novos projectos, decorrentes da recessão, indica ainda a AIE.

As mudanças legislativas para combater o aquecimento global poderão fazer abrandar a procura de crude a longo prazo, indica ainda a agência, que apresenta um “cenário 450”, em que os governos mundiais chegam a acordo para reduzir colectivamente a concentração de dióxido de carbono (CO2) e de outros gases com efeito de estufa para 450 partes por milhão.
Público.pt - 10.11.09

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