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11/11/2009

Crescemos cada vez menos

Não fora o fluxo migratório e, apesar de ter havido mais nascimentos que em 2007, a população portuguesa teria aumentado apenas 314 pessoas no ano passado. O envelhecimento da população continua a agravar-se.

Segundo os dados demográficos, ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2008, Portugal teve uma taxa de crescimento demográfico de 0,09%, um valor bastante inferior ao registado em 2003 (0,64%) e em 2007 (0,17%) e bem abaixo da média europeia para 2008 (0,43%).

Aliás, este aumento de 9675 habitantes foi conseguido quase exclusivamente à custa do movimento migratório, pois se fossemos a contabilizar apenas o número de nascimentos menos o número de óbitos o saldo seria de uns meros 314 habitantes.

Todavia, até o crescimento populacional à custa dos imigrantes tem vindo a diminuir. Em 2008, houve um movimento migratório de 0,09% (9361 novos imigrantes) enquanto que em 2007 tinha sido do dobro (0,18%). Ou seja, de 2007 para 2008, o número de imigrantes a entrar em Portugal diminuiu para metade. O INE revela que no ano passado o número de nascimentos (104.594) voltou a superar o número de óbitos (104.280). Recorde-se que, em 2007, pela primeira vez em 90 anos de contabilização, tinham morrido mais portugueses do que os que tinham nascido.

Em 2008, registou-se o primeiro aumento significativo (quase dois mil nascimentos a mais do que em 2007) na natalidade desde 2003. O crescimento natural de 2008 - os nascimentos menos os óbitos - foi insignificante: 0,00%, face aos 0,04% de 2003.

Outro dos dados do INE a registar é a diminuição do número de casamentos (de 46.329, em 2007, para 43.228, em 2008), a par de um aumento do número de divórcios (de 25.411 para 26.885). Saliente-se, ainda, que 13% dos matrimónios realizados no ano passado tiveram como, pelo menos, um dos cônjuges um estrangeiro.

Também na natalidade se nota a influência dos cidadãos não nacionais, já que 12% das crianças nascidas em 2008 têm cidadãos estrangeiros como progenitor ou progenitores.

Por último, o INE destaca que a taxa de mortalidade infantil manteve-se abaixo dos 3,5 óbitos de crianças com menos de um ano por mil nados vivos, estabilizando nos 3,3 óbitos.

Estima-se que em 2060 haverá 271 idosos para cada 100 jovens

As projecções do Instituto Nacional de Estatística para o ano de 2060 não são animadoras. A população portuguesa continuará a aumentar só até 2034, atingindo um máximo de 10.898.700 habitantes. A partir daí, será sempre a descer, devendo a população do ano de 2053 igual à actual. Já para 2060, o INE estima uma população total de 10.364.200 indivíduos. Todavia, o aspecto pior das previsões é o cada vez maior envelhecimento dos habitantes e a diminuição dos jovens e da população activa. Se actualmente há 115 idosos para cada 100 jovens, em 2060 esta proporção poderá ser de 271 para 100. Já a população activa (dos 15 aos 64 anos) diminuirá de 67,1% para 55,7% do total e a percentagem dos jovens será de 11,9% em vez dos actuais 15,3%. A proporção de idosos no total da população disparará dos actuais 17,6% para 32,3%.

J.N. - 11.11.09

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