Dois milhões de euros, é quanto deveriam receber os 140 trabalhadores que ficaram sem emprego com o fecho da Neivatex. Quinze mil euros é o valor dos bens da têxtil. Os créditos vão ser reclamados à Segurança Social.
Encerrada em 31 de Julho e declarada insolvente em Setembro deste ano, da empresa Neivatex- Confecção e Comercialização Têxteis, instalada desde 1973 em S. Romão do Neiva, Viana do Castelo, restarão apenas cerca de 15 mil euros em bens imóveis, segundo o relatório de apuramento dos pertences da firma apresentado ontem numa assembleia de credores, no Tribunal Judicial de Viana do Castelo.
"Esse valor nem dá para pagar as custas do processo. Os créditos dos trabalhadores vão desde os 10 mil aos 25 mil euros, o que significa que há créditos de mais de dois milhões de euros e que não há, nem de longe nem de perto, dinheiro para os pagar", referiu Branco Viana, da União de Sindicatos de Viana do Castelo (USVC), explicando que "todos esses créditos serão, a partir de agora, reclamados à Segurança Social, que se vai, em parte, substituir à entidade patronal pagando mais de um milhão de euros de Fundo de Garantia Salarial". Nas contas do dirigente sindical, cada ex-trabalhador da Neivatex terá direito, de acordo com a lei, a receber uma compensação no valor máximo de 8100 euros, quando em média os seus créditos rondam "15 mil euros". Recorde-se que para encerrar a Neivatex, a administração alegou "falta de viabilidade", depois de, em 2003, ter dispensado cerca de 40 trabalhadores. Para o dirigente da USVC, nem tudo terá sido feito às claras neste processo. Branco Viana fala em "irresponsabilidade" e "gestão danosa" por parte da empresa, e lembra: "Sempre referimos que tínhamos muitas dúvidas e reservas sobre a forma com o encerramento se deu. Esperamos que a Autoridade para as Condições de Trabalho, a quem denunciámos a situação, consiga detectar porque é que isto aconteceu e como aconteceu".
O JN tentou, ontem, contactar, nas instalações da fábrica, a administração da Neivatex, mas foi informado (pelo guarda) que a firma se encontra encerrada e que não são disponibilizados contactos de administradores.
J.N. - 11.11.09
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