Um desemprego obstinadamente elevado nos Estados Unidos ameaça fazer disparar os incumprimentos e pesar no consumo no próximo ano, travando a saída da recessão da economia norte-americana, disse hoje o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
Zoellick advertiu que a taxa de desemprego nos Estados Unidos, que disparou para um máximo de 26 anos em Outubro, estabelecendo-se em 10,2 por cento, deverá manter-se elevada em 2010.
"Vão começar a existir problemas de crédito malparado no consumo, de pessoas que não conseguirão reembolsar o crédito à habitação", disse o presidente do BM aos jornalistas em Singapura onde participava no Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC).
"Alguns bancos vão continuar a ser perturbados por maus créditos", acrescentou.
Os apoios governamentais vão provavelmente alimentar o crescimento económico até meados do próximo ano, disse Zoellick. Depois disto as despesas de consumo e os investimentos das empresas devem retomar o testemunho para dinamizar a expansão, disse.
"Se houver um desemprego em larga escala, se houver consumidores a reconstituirem poupanças e a desinvestir, não penso que o consumo venha a desempenhar este papel", disse. "Qual será a outra fonte da procura?", interrogou.
Defendeu que os governos devem implementar as medidas tomadas para estimular a economia, mas não aprovar novos planos.
O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos cresceu no terceiro trimestre à taxa anualizada de 3,5 por cento, depois de ter contraído em cinco dos seis trimestres anteriores.
No que respeita aos mercados asiáticos, Zoellick considerou que as autoridades deveriam considerar meios para limitar a liquidez monetária, como aumentar as taxas de juro, antes que as bolhas nos preços dos activos comecem a ficar fora de controlo. Os índices bolsistas asiáticos e alguns mercados imobiliários estão a subir desde Março.
"É importante que os bancos centrais pensem nisto, mas podem estar ainda em tempo de o fazer", acrescentou.
D.N. - 11.11.09
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