Perto de uma centena de trabalhadores municipais concentraram-se ontem, quarta-feira, frente à Câmara de Loures, numa manifestação organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local a exigir a revisão salarial.
Os trabalhadores dos Serviços Municipalizados e da Câmara de Loures pretendem que os funcionários que tenham uma avaliação de "Bom" ou superior durante cinco anos subam de escalão na carreira. De acordo com Manuel Lopes, dirigente regional do STAL, esta ascensão traduzir-se--ia numa melhoria de, no mínimo, 30 euros no ordenado de cada trabalhador.
Segundo o presidente do STAL, Francisco Braz, metade dos trabalhadores municipais está numa situação de "degradação salarial", o que, diz, é "extremamente penalizador" tendo em conta o peso dos serviços municipais no concelho.
"A Câmara de Loures tem dezenas de assessores principescamente pagos, a 3000 euros por mês, mas os trabalhadores não podem progredir na carreira. Isto é de uma injustiça tremenda", destaca. "Não estamos a exigir nada a que não tenhamos direito", diz o sindicalista, garantindo que já mais de 200 municípios subscreveram a proposta do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública.
Segundo o vereador dos Recursos Humanos, António Pereira, a Autarquia está a proceder aos aumentos salariais de acordo com o que a lei prevê. Os trabalhadores sobem de escalão quando atingem os dez pontos, sendo que cada avaliação "Excelente" vale três, "Muito Bom" dois e "Bom" apenas um.
"Se um trabalhador tem dois "Excelente" e dois "Muito Bom" faz dez pontos e sobe de escalão em quatro anos. Se tiver só "Bom", demora dez anos", explica.
De acordo com António Pereira, o município destinou 150 mil euros para aumentos de ordenados este ano e não poderá, a curto prazo, aumentar muito esse valor.
Quem não está convencido são os dirigentes do STAL que tem promovido, nos últimos dias, manifestações deste género em vários municípios do país. Francisco Braz garante que, caso a situação não seja resolvida esta semana, as reivindicações vão continuar mesmo depois das eleições, seja quem for o novo presidente da Câmara. Caso a proposta não seja aceite, o sindicalista promete intensificar a luta, que poderá passar pela convocação de greves.
J.N. - 08.10.09
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