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10/10/2009

Funcionários da EMEL admitem recorrer à greve

Os trabalhadores da EMEL admitiram, ontem, sexta-feira, recorrer à greve caso a Administração não ceda na manutenção do regime de 30 horas semanais de trabalho para operacionais de rua e de 35 para administrativos.

Trinta dias é, por isso, o prazo acordado em plenário pelos trabalhadores para o fim das negociações com a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) e a Câmara. Findo este, os trabalhadores voltarão a manifestar-se. "A greve está iminente", admitiu Ana Pires, fiscal de rua há dez anos e dirigente do Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).

Foram cerca de 50 os trabalhadores da EMEL que se reuniram numas instalações da empresa, na Rua Sanches Coelho, em Lisboa, no sentido de decidir que proposta apresentariam para o acordo da empresa. Uma hora depois, dirigiram-se à sede da EMEL, na Avenida de Berna, onde tornaram pública a resolução e a entregaram à Administração da empresa. A resolução será, também, entregue à Autarquia.

Os trabalhadores - face à proposta da empresa de aumentar o horário de trabalho para 40 horas - continuam, assim, a lutar pela manutenção de um regime de jornada contínua de seis horas diárias para os operacionais de rua, num total de 30 horas semanais, e de 35 horas para os administrativos da empresa.

A proposta sustém-se no facto de estes serem os horários "praticados há muitos anos na EMEL e na Câmara Municipal de Lisboa (CML), única accionista da EMEL", lê-se na resolução aprovada.

"Hoje, não há na Câmara nenhum trabalhador que faça mais de 35 horas semanais. Por isso a vossa luta é totalmente justa e legítima", disse Libério Domingues, coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa, salientando que a EMEL "é uma empresa importante para a cidade" e como tal "uma boa relação com os seus trabalhadores é essencial".

Ana Pires frisou que a falta de condições de trabalho continua. "O parque de bloqueadores em Sete Rios, agora com o Inverno, fica inundado pelas chuvas e volta e meia a electricidade falha". A operadora reforçou, ainda, a falta de segurança: "Continuamos a ser agredidos física e verbalmente".
J.N. - 10.10.09

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