Se tivesse evoluído ao ritmo do crescimento dos preços, o Salário Mínimo Nacional podia valer hoje mais de 580 euros.
Nascido em 1974, faz hoje 35 anos, o decreto-lei então publicado explicava os objectivos de criar uma retribuição mínima mensal: garantir a correcção dos desequilíbrios sociais e económicos, melhorando os «níveis de vida muito baixos».
Na altura, a decisão iria beneficiar 50 por cento da população activa. Era esse o objectivo escrito no decreto-lei assinado pelo primeiro Governo provisório, liderado por Adelino da Palma Carlos. 3.300 escudos (ou 16 euros e meio) era o salário mínimo de então.
As contas feitas pela TSF com a ajuda de João Loureiro, professor da Faculdade de Economia do Porto, mostram como rapidamente nos anos seguintes o crescimento do salário mínimo ficou abaixo da inflação.
Nos últimos três anos o governo socialista aumentou a retribuição mínima acima do crescimento dos preços, mas a medida contínua no entanto longe de compensar a perda de poder de compra das décadas anteriores.
Os dados mais recentes do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social apontam para 6,3 por cento dos trabalhadores a ganhar em Abril de 2008 a retribuição mínima mensal garantida. A diferença entre sexos é clara: 5 ppr cento dos homens recebem o salário mínimo, contra quase 10 por cento das mulheres.
Dados do Eurostat mostram que o salário mínimo português é o segundo mais baixo dos países da Zona Euro, ficando apenas à frente dos ordenados que se encontram na Eslováquia.
TSF - 27.05.09
Sem comentários:
Enviar um comentário