À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

25/05/2009

AMI com dificuldade em responder aos pedidos de alimentos

A responsável pelo Centro Porta Amiga da AMI, no bairro Amarelo, Monte de Caparica, afirmou à Lusa que "os alimentos que consegue disponibilizar aos moradores a que presta assistência não cobrem as suas necessidades".

"Muitas pessoas que vêm procurar a nossa ajuda estão numa situação em que têm que optar entre comprar comida e pagar a renda de casa", conta Maria da Luz Cachapa, directora técnica do centro Porta Amiga de Almada.

"Não temos alimentos que cheguem para todos aqueles que vêm pedir ajuda", sublinha.

A directora técnica afirma que é visível a relação entre o aumento dos casos de desemprego e o aumento da procura de géneros alimentícios, que, afirma, "tem crescido drasticamente".

"Num dia de distribuição de alimentos chegamos a ter aqui filas com 80 pessoas, que representam os seus agregados familiares e equivalem a centenas de moradores", conta.

Filomena Mendes, 83 anos, é voluntária neste centro há 13 anos. "Parece-me que é o mínimo que posso fazer. Eles ajudam-me com o que eu preciso e eu ajudo-os com o meu tempo. Aproveito e ocupo a cabeça", conta.

A voluntária é viúva e recebe roupa e alimentos do centro Porta Amiga. "Há meses em que me ajudam com os medicamentos, mas há cada vez mais pessoas a pedir ajuda e é difícil para eles também", acrescenta.

Os alimentos que o centro Porta Amiga da AMI distribui pelos moradores dos bairros que o circundam são provenientes das campanhas do Banco Alimentar contra a Fome mas também de outros donativos.

A AMI presta, através dos seus centros Porta Amiga, assistência de carácter básico -- refeições, roupeiro, géneros alimentares e balneário -- e de carácter técnico -- apoio social, psicológico, médico, de enfermagem e jurídico -- aos moradores dos bairros integrados no Plano Integrado de Almada (PIA).

"Com a ajuda do trabalho de voluntários também fazemos por assinalar as várias épocas festivas do ano e os aniversários dos nossos utentes", conta Maria da Luz Cachapa.

A AMI está em Almada desde 1996. Em Dezembro de 2008 tinha perto de 4 000 pessoas inscritas no seu centro.

J.N. - 25.05.09

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