Portugal é dos países europeus com pior qualidade de emprego. A falta de diálogo com as chefias e a má organização das empresas são as principais razões de queixa.
As conclusões são de um estudo feito por duas investigadoras do ISEG, que foi agora publicado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho e Segurança Social.
Horários de trabalho demasiado longos ou pressão em excesso não são, no entanto, as principais razões de queixa dos trabalhadores portugueses. A maioria até consegue conciliar a vida profissional com a familiar.
Maria da Conceição Cerdeira, uma das autoras desta investigação, explica que, «de uma forma genérica, não há uma grande intensidade do trabalho, nem uma grande pressão psicológica» em Portugal, ao contrário do que acontece nas empresas do Norte da Europa.
Menos pressão não significa, no entanto, um melhor emprego. O último inquérito europeu aos trabalhadores, publicado em 2007 e que serviu de base a este estudo, mostra que Portugal é o quinto país com trabalho de pior qualidade.
Entre 31 países, pior só ficam a Turquia, República Checa, Grécia e Lituânia.
As investigadoras do ISEG, Maria da Conceição Cerdeira e Ilona Kovács, analisaram centenas de indicadores do inquérito que colocam Portugal longe das novas formas de organização do trabalho.
Maria da Conceição Cerdeira explica que os baixos níveis de competitividade do país também estão relacionados com estas falhas.
A análise mostra ainda como são muito poucos os empregados portugueses que discutem abertamente problemas ou o seu próprio desempenho com o patrão.
A participação nas decisões organizativas também é rara e Portugal é o país europeu com menos formas inovadoras de organizar o trabalho.
TSF - 28.05.09
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