Adesão à greve dos técnicos de saúde supera expectativas do sindicato

A adesão dos técnicos de diagnóstico e terapêutica à greve de dois dias que hoje teve início atingiu cem por cento nalguns serviços, segundo o Sindicato, mas os números do Ministério da Saúde ficam abaixo dos 50 por cento.
"Superou as nossas expectativas. Pensávamos que a adesão chegaria aos 80 por cento, mas nalguns casos a paralisação atingiu 100 por cento", disse à Lusa o dirigente do Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde (SCTS), Almerindo Rego.
Ao entusiasmo do sindicalista contrapõem-se as estatísticas oficiais, já que, segundo o Ministério da Saúde, a adesão à greve, a nível nacional, atingiu apenas 46,1 por cento.
Os hospitais de Leiria, São Marcos (Braga), Reynaldo dos Santos (Vila Franca de Xira), Peniche, Ponta Delgada (Açores) e o Centro Hospitalar do Litoral Alentejano foram os que registaram níveis de adesão próximos dos 100 por cento, de acordo com Almerindo Rego.
Estes técnicos, que exercem funções em serviços tão diversos como análises clínicas, anatomia patológica, cardiopneumologia, fisioterapia, higiene oral, próteses dentárias, radiologia e terapia da fala, reclamam a revisão das carreiras e afirmam ser os únicos técnicos superiores da Administração Pública que não recebem como tal.
Almerindo Rego afirmou que "a ministra [da Saúde] mentiu ao afirmar que até ao final de Maio queria rever todas as carreiras ligadas à saúde".
O sindicalista sublinhou que existem três grandes grupos nesta área - médicos, enfermeiros e técnicos de saúde - e adiantou que o Ministério "não pode ter um acordo" com estes últimos profissionais porque não apresentou nenhum projecto de revisão das carreiras.
O responsável estima que exercem funções no Serviço Nacional de Saúde (SNS) cerca de 8 000 técnicos de diagnóstico e terapêutica.
ionline.pt - 28.05.09