PIB teve no primeiro trimestre o maior recuo desde que a OCDE iniciou registos

A recessão em curso atinge todo o mundo desenvolvido e no primeiro trimestre deste ano foi particularmente intensa nos 30 países que fazem parte da OCDE, com o seu PIB (produto interno bruto) a regredir 2,1 por cento face ao trimestre precedente, o que representa a maior queda desde que esta organização iniciou o registo destes dados, em 1960. A queda face ao primeiro trimestre de 2008 foi de 4,2 por cento.

Os dados para as sete maiores economias da OCDE (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) revela que a queda foi menos intensa em França (-1,2%), seguida dos EUA (-1,6%) e do Reino Unido (-1,9%). E foi significativamente mais pronunciada do que a média no Japão (-4,0%) e Alemanha (-3,8%), grandes países exportadores e particularmente afectados pela dramática queda da procura de bens duráveis.

Estas diferenças entre as principais economias da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), que reúne os países considerados como tendo economias de mercado industrializadas, têm um perfil semelhante à que ocorreu no último trimestre de 2008, quando a recessão iniciada no terceiro trimestre (com uma queda então de apenas 0,3%) se intensificou e o produto do conjunto dos seus trinta países caiu 2,0 por cento.

No entanto, a maior intensidade da queda alemã acentuou-se muito de Março a Abril deste ano e a França foi a única grande economia onde o ritmo de contracção diminuiu face ao último trimestre de 2008 – tinha sido então de 1,5 por cento.

Queda europeia superior à média

Tanto na zona euro como na UE, a queda no primeiro trimestre do ano (2,5 por cento em ambos os casos) foi mais acentuada do que a média, o mesmo acontecendo com a queda face ao período homólogo de 2008 (4,4% para a UE e 4,6% para a zona euro). A queda no conjunto

A zona euro contribuiu com 1,3 por cento para os 4,2 por cento de queda homóloga do PIB da OCDE entre o primeiro trimestre de 2008 e o primeiro trimestre deste ano, seguindo-se o Japão (1,0%) e os EUA (0,9%). O conjunto dos restantes países contribuiu com 1,0 por cento.

No comunicado de imprensa que distribuiu, a OCDE só divulgou dados país a país para as sete maiores economias, pelo que não é de momento possível comparar a queda portuguesa com a ocorrida nos outros países considerados desenvolvidos.

Os dados agora divulgados constituem uma primeira estimativa da Organização, com base em dados ajustados fornecidos pelos países-membros ou, quando necessário, estimados a partir do seu Económic Outlook e de modelos estatísticos.
Público.pt - 25.05.09