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26/05/2009

Manif de professores "começa" com greves parciais

Os professores cumprem esta terça-feira duas horas de paralisação de "luto" e protesto contra as políticas de Lurdes Rodrigues. Os sindicatos aproveitam a iniciativa para "aquecer os motores" para a manifestação de sábado.

Muitos alunos poderão começar as aulas hoje mais tarde devido à paralisação de duas horas (das 8 e 30 até às 10 e 30 horas) convocada pela Plataforma Sindical de Professores. O protesto será difícil de contabilizar, avisou ontem Mário Nogueira, por muitos docentes não terem aulas nos dois primeiros tempos mas o objectivo - defendeu, ao JN, o líder da Fenprof - "é mexer as águas e aquecer os motores" para a manifestação de sábado, em Lisboa. A intenção "é que se volte a falar dos problemas e das medidas para a Educação e que ao falar-se de tudo isso se mobilize ainda mais pessoas", insistiu.

O secretário-geral da Federação tem "expectativas elevadas" em relação à manifestação. As anteriores,recorde-se, a 8 de Março e 8 de Novembro de 2008, bateram recordes de adesão, para manifestações de uma só classe profissional, nunca antes vistos no país: 100 mil e 120 mil pessoas, respectivamente. E se Mário Nogueira, acredita que no Sábado estarão "várias dezenas de milhares de pessoas", já o líder da FNE admite que "haverá uma quebra" na participação embora deva ser "uma grande jornada".

"Espero que os professores voltem a dar um sinal muito forte de recusa do Estatuto da Carreira Docente, que divide a carreira em duas categorias", sintetizou João Dias da Silva.

"Temos razões muito fortes", defendeu, por outro lado, Nogueira. Tanto a paralisação como a manifestação são protestos que pretendem marcar, explicou, o final da legislatura e dar um sinal de "exigência quanto ao futuro". Já em plena campanha eleitoral para as eleições europeias, o líder da Fenprof, insistiu ao JN que os sindicatos pretendem pressionar os partidos a comprometerem-se com medidas para a Educação, nos seus programas eleitorais.

"É o momento de assumirem compromissos quanto è resolução de problemas e anunciarem as suas propostas", afirmou.

A manifestação também antecederá três processos negociais que o Nogueira antecipa como "duros e complexos": a continuação da revisão do ECD - "o ME anunciou que iria entregar aos sindicatos uma proposta"; o processo de revisão e substituição do modelo de avaliação para o próximo ano lectivo, agendado para Junho ou Julho de acordo com o Memorando de Entendimento; e a aprovação das regras de organização do próximo ano lectivo, que inclui a questão dos horários dos professores - "que costumam realizar-se em Maio e sobre a qual o ME também se comprometeu a apresentar proposta".

J.N. - 26.05.09

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